domingo, 20 de dezembro de 2015

A lei e o evangelho

     
Por Gilberto Ferreira Lima



“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão”.  (Gl 5.1)
Quando conversamos ou, até mesmo pregamos que Jesus nos libertou tirando o jugo da escravidão de sobre nós, as pessoas se escandalizam, mesmo depois de termos em nossas mãos as cartas paulinas, principalmente Romanos e Gálatas.
Certa vez ouvindo um dos meus professores da EBD, ele fez uma ilustração muito simples, de como ser salvo pela graça e pela fé somente. Ele dizia que as pessoas que não entendem a graça é semelhante a uma pessoa que convida um amigo para o churrasco em sua casa e diz que é totalmente de “graça”, mais o amigo quando está a caminho diz; vou comprar mais um pouco de carne, vai que a carne não dá. E ele faz isso quando na verdade seu amigo disse que é de graça.
Infelizmente o contexto em que vivemos é semelhante ao que Paulo encontrou na Galácia, depois de ter pregado Cristo crucificado, agora outro evangelho estava sendo disseminado naquela região, foi preciso escrever ao Gálatas esta linda carta que temos hoje em dia em nossas mãos. Na caminhada eles mudaram o que tinha aprendido achando que o evangelho da graça não era suficiente.
Depois de tanto tempo quantas pessoas ainda não entenderam o que Paulo disse aos Gálatas e fazem da velha aliança algo desejável para sua salvação, crendo que o guardar o sábado vão ser salvos, colocando objetos da antiga aliança com a nova aliança, judaizando aquilo que Paulo combateu em Gálatas, vejamos que isso não funciona, em Hebreus 8. 13 diz: “Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer”.
O versículo 3 de gálatas 5 diz: “De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei”.
O grande problema que talvez muitos não saibam que, quem quiser cumprir toda lei para justificação cai em um erro tremendo. “De Cristo vos desligastes, vós que procuráveis justificar-vos na lei; da graça descaístes”. (Gl 5.4)
“Um pouco de fermento leveda toda a massa”. (Gl 5. 9)                                                      
Foi o que aconteceu na época de Paulo na Galácia, os da circuncisão dizendo que por fé não era suficiente, por isso era necessário guardar a lei, este grupo levedou muita gente “um pouco de fermento leveda toda massa”. Vivemos em épocas diferentes, mas, o que se prega é um evangelho de que precisa de algo mais para que as pessoas sejam salvas, com isso o evangelho pregado por muitos e neste caso na maioria das vezes são pregados por pentecostais e neopentecostais, que tem colocado a cruz de Cristo em último plano, tornando ineficaz e insuficiente a morte de Cristo no calvário.
“Porque nós, pelo Espirito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé”.
A aliança que nasceu no monte Sinai leva e gera para escravidão, porque nasceu segundo a carne. Mas nós somos filhos da livre, mediante a promessa que foi pré-anunciada a Abraão.
  Walter C. Kaiser Jr. Na página 274 de seu livro “O plano da promessa de Deus” diz; o evangelho foi dado “por antecipação a Abraão”. Esse evangelho, de acordo com Gênesis 12.3, dizia que “em ti serão abençoadas todas as nações” (Gl 3.8). Portanto, Abraão foi “pré-evangelizado” por meio de uma palavra que Paulo rotulou de “boas novas”: Assim, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente [ou semente]. A escritura não diz: ‘e aos seus descendentes’, como se falasse de muitos, mas como quem se refere a um só: ‘E a teu descendente [ou semente]’, que é Cristo (Gl 3.16). O evangelho de Paulo, como se vê, não era em hipótese alguma diferente daquele que Deus havia dado originalmente às pessoas para que se salvassem no antigo testamento. Portanto, porque ele estava sendo acusado de propor um plano de salvação deficiente? A resposta é que Paulo não estava propondo nada que fosse novo! O plano da promessa de Deus era o mesmo plano original que Paulo continuava a defender aqui.
Então pra quem acha que Paulo pregava um outro evangelho eis a resposta bíblica e bem convincente de Kaiser Jr. Não era o evangelho da circuncisão, mas era o que Deus pré- anunciou a Abraão, por isso sou justificado, através do sacrifício de Cristo na cruz que me libertou da letra da lei. Mas embora sou liberto dos efeitos da lei, isso não me dá o direito de sair pecando, não devemos confundir liberdade com libertinagem. Pra isso Cristo nos chamou para sermos santos e irrepreensíveis diante de uma sociedade corrupta.


A lei e os profetas duraram até João e o véu se rasgou de alto abaixo, agora sou livre através de jesus autor e consumador da fé.                                                                                                            

quarta-feira, 4 de novembro de 2015



O perigo do iluminismo





Por Gilberto Ferreira Lima


O iluminismo teve grande impacto sobre a teologia cristã, provocando uma série¹ de questionamentos críticos relativos as suas origens, métodos e doutrina.

Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa² desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.

A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso ²na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil. 

O iluminismo luta pela iluminação, ou seja, uma luta pela razão contra o absolutismo da era das trevas, o grande regime da ignorância.

Do iluminismo surgiram muitos pensamentos, dentre eles o protestantismo liberal. O protestantismo liberal é, sem dúvida alguma um dos movimentos mais importantes dentro do pensamento cristão moderno. Suas origens são complexas. No entanto, fica mais fácil compreendê-lo se considerarmos como seu¹ ponto de partida a reação ao programa teológico elaborado por F. D. E. Schleiermacher, particularmente no que diz respeito a sua ênfase sobre o “sentimento” humano e a necessidade de se relacionar a fé cristã à situação do ser humano. O protestantismo liberal clássico surgiu na metade do século XIX, na Alemanha, em meio à crescente percepção de que a fé e a teologia cristãs necessitavam, ambas, ser revistas à luz do conhecimento moderno.

Na ótica dos iluministas as pessoas eram mantidas presas a opressão do passado. Com a o advento da reforma protestante abriu-se o caminho para que houvesse muitos pensamentos, dentre eles o iluminismo. Claro que neste período muitos teólogos aderiram o sistema de correntes iluministas, foi preciso sistematizar a teologia protestante por causa desses pensamentos.

Os ataques da religião racional dos iluministas ficavam mais intensos, eles rejeitavam a possibilidades de milagres, conceito de revelação, doutrina do pecado original, a questão do mal, o status e a interpretação das escrituras e a identidade de jesus Cristo e seu significado.

Focarei aqui o questionamento do iluminismo a respeito de Jesus de Nazaré. Tanto o deísmo quanto o iluminismo alemão criaram a tese que havia uma séria discrepância, quanto ao significado, entre o Jesus da história e a interpretação do novo testamento. Sob o perfil do redentor sobrenatural da humanidade, delineado pelo novo testamento, escondia um mera figura humana, um sábio exaltado, conforme o senso comum. Embora a figura de um redentor sobrenatural fosse algo inaceitável aos olhos do racionalismo iluminista, a ideia de um sábio mestre de preceitos morais não o era.

O liberalismo prega que os discípulos eram até certo ponto fanáticos e por isso inventaram um monte de coisas que na verdade não aconteceu. Eles reinterpretam a morte de Jesus na cruz como exemplo moral supremo de sacrifício e dedicação, que pretendia inspirar em seus seguidores comportamento semelhante. Negam a ressurreição e tem Jesus como um mestre sábio que foi um exemplo.

O liberal não planta igreja, não faz missão, ele ganha mais liberais, e para ganhar adeptos eles usam igrejas, tendo oportunidades para pregar e divulgar o liberalismo. Há muitas igrejas mortas porque não usam de forma sistemática suas teologias.

Que possamos aprender com os apologistas que ajudaram a sistematizar uma teologia firme nos ideais bíblicos e neste caso a teologia reformada tem se mostrado o melhor caminho.



1 uma introdução à telogia cristã/ Alister E. McGrath


2 internet/ site sua pesquisa








sábado, 24 de outubro de 2015

A reforma


             
Por Gilberto F. Lima





Em 2017 completa 500 anos em que o corajoso monge agostiniano Martinho Lutero afixou as 95 teses nas portas do castelo winterberg. Agora estamos perto de comemorar 498 anos da reforma protestante em 31 de outubro, embora a revolta do monge seja questionada por muitos não podemos negar que houve avanços em praticamente tudo, em que o monopólio acabou, mesmo que em parte, é bem verdade, mas, houve uma contribuição muito grande na área acadêmica, universidades, ciência e uma contribuição muito grande para o capitalismo, claro em qualquer sistema tem seus exageros. Mais, por exemplo muitos países que foram colonizados por protestante viram a diferença, países mergulhados em prosperidade, com melhor renda, melhor expectativas de vida e países que viraram nações estados de primeiro mundo, como por exemplo o EUA no novo mudo. Claro talvez os ricos de posses, os burgueses e os ateus esperassem alguém da estirpe deles que se revoltassem contra o vaticano, mais não tiveram coragem o suficiente para encarar o vaticano, que cobrava impostos absurdos, que tinham terras e arrendavam para que fossem lavradas por agricultores. Nem no período em que existiu três papas (sec. XIV) eles tiveram peito para encara-los, claro, não tiveram a coragem de enfrentar um, logo não enfrentariam três papas, mas digo que no período em que existiram três papas, eram cobrados impostos triplicados, além de pagar e cumprir com suas obrigações de estado que era pagar tributos ao rei.

Mas coube a um simples monge agostiniano essa tarefa de lutar contra a sua própria religião, religião que ele amava, mais ele não se importava, amava sim sua religião, mas o temor a Deus fala mais alto que a religião e quando algo está errado mesmo que amamos nossa religião, nossa denominação, o nosso amor a Deus deve ser maior a ponto de lutarmos pela verdade contra todo sistema que vai contra a ortodoxia cristã.

Bem verdade, que Lutero não queria criar outra religião e sim reformar e trazer de volta os ensinos do novo testamento, por isso ele lutou contra todos, porque para ele só tinha uma coisa que era infalível, a bíblia. Papa nenhum poderia tomar o lugar de Deus, por mais que fosse bom, mais uma coisa era fato ele não era Deus e nem o vaticano o lugar do seu trono, mas, o único que tem poder para mudar, promulgar, está no céu, e o seu trono também está lá, onde reina de eternidade a eternidade. Mas quando pediram que Lutero se retratasse ele disse que faria isso, se provado pelas escrituras que ele estivesse errado, mas nada provaram e o corajoso monge não se retratou.

Para o historiador católico foi uma revolta contra a autoridade eclesiástica. Para o historiador protestante foi a volta ao ensino apostólico do novo testamento. Para historiador secular foi um movimento revolucionário.

Analisando estas três versões de ângulo diferente eu fico com as três. A primeira realmente foi uma revolta contra a corrupção como venda de indulgências, morte de pessoas que se levantaram contra o sistema de monopólio, contra os abusos e a escravidão intelectual dos chamados leigos. A segunda também é verdade, precisava voltar ao ensino da igreja primitiva, durante muito tempo a igreja vinha sofrendo com as heresias do paganismo dentro da igreja universal (católica). A terceira também é verdade, houve revolução, entrada do capitalismo e a liberdade do cativeiro babilônico quanto ao conhecimento.

A bíblia torna-se acessível aos leigos, uma fome insaciável de vários anos de cativeiro da intelectualidade, mas não seria fácil a imprensa estava começando por aqueles dias e não era fácil comprar, os livros eram caríssimos.

Nesta época surgiu os humanistas dentre eles se destacou Erasmo de Roterdam, uma busca mais profunda pelos manuscritos originais de onde extraia uma tradução mais fidedigna. Atualmente, o termo “humanismo” passou a significar uma cosmovisão¹ que nega a existência de Deus, ou seja, voltada a uma perspectiva exclusivamente secular. Não era esse o significado da época do renascimento. A maioria dos humanistas daquele período era religiosa e preocupada com a purificação e a renovação do cristianismo, não com sua abolição. O termo humanismo acaba sendo, na verdade, um tanto difícil de ser definido.

Claro que Lutero ficou feliz com bíblia nas mãos dos leigos, tanto que ele próprio a traduziu para o alemão. Mas, com certeza não gostaria de saber que muito leigos pegaram a bíblia que ele próprio conseguiu tirar dos mosteiros, e começaram a comercializar como se estivessem vendendo indulgencias, mas cabe agora a nós levantarmos contra estes vendedores de indulgencias, visto que Lutero não mais fará isso, os grandes homens de Deus precisam se levantar como Lutero fez e começar a fazer uma reforma dentro da igreja, se levantar no meio da imoralidade e começar a pregar contra o pecado, contra a falsa doutrinas e parar de pregar sermões que agrada as multidões. Que possamos nos levantar, como John Wesley, Charles Spurgeon, Jonathan Edwards e clamar a Deus contra os hereges em meio a essa geração corrupta.




Soli del gloria.





¹ teologia, sistemática, histórica e filosófica. Alister E. McGrath


sábado, 10 de outubro de 2015

Mudou só o rótulo




Por Gilberto Ferreira Lima


Estou estarrecido, que também significa espantado, admirado, surpreso, horrorizado e apavorado, com que está acontecendo com evangelho ( que pensei que fosse verdadeiro) no Brasil. Pessoas associam ser espiritual quando fala principalmente em línguas ou tem alguma manifestação de dons. Mais espiritualidade, não é isso, espiritualidade é você saber viver como família e como cidadão na sociedade, pois isso envolve "ética", então é bíblico. Tudo caminha para o fim, escatologia então, nada mais é que consolar os escolhidos de Deus, quando fico perplexo com o que está acontecendo, recebo consolo quando leio I Timóteo 4.1,2 "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios". cultos cheios de misticismos, sincretismo e por aí vai, querem revelação e acabam acreditando em tudo em que as pessoas dizem que foram reveladas a elas no quarto, com isso a bíblia vai sendo deixada de lado, porque ela sim é nossa maior revelação. As pessoas me perguntam se me regozijo quando vejo em cada esquina uma igreja respondo que "não", pois a maioria é fundada porque houve divisão, prova disso que vi três igrejas da mesma denominação em um raio de cem metros uma da outra. Cadê o mesmo Espirito, o mesmo Senhor? Outra prova que ficam negociando o evangelho, vendendo salvação em rótulos diferentes. O que mudou? A venda de indulgencias também não era assim? Mudou o rotulo mais, mais o conteúdo é o mesmo. O Espirito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensino de demônios,... a palavra de Deus deve ser usada de forma simples, sem mudanças, não deve se adequar as nossas modas.

Pois, como está escrito: “Por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre todos os povos!” ( romanos 2.24)
Sei que muitos irão concordar, mas também pregarão de forma diferente, como também muitos vão querer ouvir mensagens conforme os desejos do coração, como que sentido coceiras nos ouvidos.


Que o Senhor nos dê discernimento para tal coisa.
Que o senhor faça resplandecer seu rosto sobre nós e nos dê a paz!


Que Deus tenha misericórdia dos escolhidos, pois a perseguição vai aparecer por causa desses falsos mestres, porque o seu santo nome está sendo blasfemado entre os gentios!









sábado, 3 de outubro de 2015

Cosmovisão





Por Gilberto Ferreira Lima 

           
Vivemos dias em que as pessoas nem sabem, ao certo se tem cosmovisão, de um jeito e outro elas tem, embora seja uma cosmovisão muitas vezes fraca e sem identidade.
Onde a bíblia é interpretada de qualquer maneira e como lhe apraz, segundo seus próprios interesses. Muitos dos evangélicos com respeito a cosmovisão bíblica, não sabem nada e acabam acreditando na cosmovisão de um líder inescrupuloso. E cada dia que passa os líderes envolvidos no pragmatismo, onde, o que funciona parece está certo, porque há um aumento expressivo de pessoas em suas igrejas e começam a interpretar as escrituras de forma particular. (II Pe. 1.20)

Paulo diz: Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. (Ef. 4.14)

Repare que Paulo fala das artimanhas dos homens.
Para que haja crescimento, então, aceitam todos ventos de doutrinas, como misticismos, sincretismos e a igreja então perde sua identidade. Nossa identidade é a cruz de Cristo sendo pregada com simplicidade, sem invenção de modas, na loucura da cruz, onde vemos o poder do verdadeiro evangelho.

Sabemos também, que em cada lugar tem sua cultura, e que muitas vezes é legal, mais, nem sempre as esferas culturais de países e cidades tem suas condutas de acordo com a palavra de Deus. Neste ponto devemos rejeitar uma cultura que vai contra os princípios bíblicos.

Temos visto, como nunca, no cristianismo, pessoas, governos e autoridades de certa forma querendo colocar uma cosmovisão como identidade, principalmente em países desenvolvidos. Aprovam leis imorais dizendo que é questão cultural e que a população de cada país, tem de se adequar e avançar na era da modernidade. Neste caso é muito verdadeiro o ditado “água mole, pedra dura, tanto bate, até que fura” assim querem os governantes e autoridades cauterizar as mentes das pessoas. A mídia golpista e cheia de farsa querem implantar na sociedade uma cosmovisão anti-bíblica. Com isso grupos minoritários são favorecidos em uma distorção muita clara da verdade moral, e chamando a todos que se opõem de preconceituosos.

A nossa cosmovisão tem nome; identidade da cruz. De que eu vivo em um reino e minha cosmovisão é cumprir todos preceitos deste reino com moral e ética.


Soli deo glória. 

sábado, 12 de setembro de 2015

                                                                    Eleição 


Romanos 9. 21


Por Gilberto Ferreira Lima  


              
Eleição é um ato de Deus, antes da criação, no qual ele escolhe algumas pessoas¹ para serem salvas, não por causa de algum mérito antevisto delas, mas somente por causa de sua suprema boa vontade.
Existem alguns grupos e quero aqui passar as visões de alguns deles.

Dentre eles se destaca um grupo que se diz não ser calvinistas e nem arminianos, mas quando se deparam com catástrofes, seja na natureza quando afeta a criação de Deus, ou seja algum mal que faz o ser humano sofrer, como por exemplo, doença incurável, estupro, roubo seguido de morte, perca de um ente querido, etc.... essas pessoas não conseguem ver a soberania de Deus e passam na verdade a questiona-los, e também querem defender até o texto bíblico e tirar a soberania de Deus quando passam a defende-los para colocar nas costas do homem o livre-arbítrio. O homem tem suas responsabilidades de escolhas, mas quem decreta é Deus.

Outro grupo, os arminianos, acham que o homem pode mudar o percurso do mundo com o livre-arbítrio, mais o Senhor Deus em sua infinita soberania já tinha decretado tudo mesmo antes da fundação do mundo. Algum homem tentou mudar o tempo de cativeiro egípcio? Certo que não. Mas quando Deus fez aliança com Abraão (Gn 15. 13) ele disse que a descendência de Abraão iria peregrinar em terra alheia por quatrocentos anos. Sabemos que isso foi cumprido. (Ex 12. 40)
Deus prometeu a terra prometida a Israel, mais nem por isso ficaram de braços cruzados esperando que se cumprisse a promessa, mais, antes lutaram para conquistar a terra prometida. Assim são os eleitos de Deus, são salvos pela graça cumprindo todo o decreto de Deus, não por mérito humano, mas pelo sangue de jesus na cruz. Não precisamos de obra meritória, mais precisamos perseverar na doutrina dos apóstolos que estavam firmadas em Cristo, separados do mundo em santificação, lutando não pela salvação que já nos foi dada na cruz, mas para sermos livres (salvos) das contaminações deste mundo, andando em amor para com os outros e sendo irrepreensíveis diante dos homens. A isso chamamos de “perseverança dos santos”.

Em uma das pregações do Rev. Leandro Lima (IPB de santo amaro) sobre o calvinismo, ele diz que quando deixamos um dos cinco pontos calvinistas (tulip) deixamos de ser calvinistas, pois cada ponto estão ligados entre si.

Dizer que quando Deus escolhe algumas pessoas ele está sendo injusto, posso dizer que esta colocação é um tanto pouco incoerente. Mesmo que eu tenha o poder de escolher ou responder o chamado, ia ter um grupo que obviamente não iria escolher a Cristo, e iriam para o inferno, mas João 3.16 diz que “Deus amou o mundo de tal maneira ....” então estaria Deus sendo justo? O apostolo Paulo enfatiza muito bem a soberania de Deus em romanos 9 e Calvino como grande expositor da palavra de Deus viu muito bem a grande soberania de Deus. O próprio Armínio reconheceu que Calvino foi um excelente expositor da palavra.

Se a salvação é para todos, segue que Jesus morreu em vão, e visto que há distinção entre os eleitos e os não eleitos. Então confirma que jesus de fato morreu por aqueles que o pai os (Jo 6. 37) deu para que o filho os salvasse através do seu sacrifício. 

Se a bíblia fala dos eleitos é porque tem um grupo que é separado, e até mesmo dentro da nação de Israel, Deus tem seus escolhidos. “14) De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaias: ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis. 15) Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados”. Mt 13. 14,15
Que diremos pois? É Deus injusto? Não! Ele não é. É soberano.

“Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão”. Rm 8. 15
Romanos 8. 30 diz; Aos que predestinou (eleição incondicional), a esses chamou (graça irresistível), e ao que chamou, a estes também justificou (expiação); e ao que justificou, a estes também glorificou (perseverança dos santos). Somente neste versículo vemos quatro pontos calvinistas.
Wayne Grudem afirma em seu livro de sistemática que os autores do NT apresentam a doutrina da eleição como um consolo aos crentes.
A maior parte dos crentes de nossa época baseados que o salvo perde a salvação, nunca tiveram este tipo de consolo (segurança em Deus).
Mais se de fato perde a salvação (como dizem eles), deve se usar um método muito usado pelos arminianos baseados em Charles Finney, fazer apelo todos cultos, para os próprios crentes.
Pois, o homem é pecador o tempo todo, mas graças a Deus que Jesus na cruz bradou com grande voz “está consumado”.
A ele toda gloria!








¹ Teologia sistemática de Wayne Grudem

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A terra antiga e jovem





Por Gilberto Ferreira Lima  

         
Por muitos anos, a teologia foi a “rainha das ciências”. Era a fonte máxima de¹ autoridade no ocidente, e os ensinos da bíblia e da igreja eram o padrão pelos quais eram julgadas as supostas verdades. No período moderno, porém, o crescimento da ciência produziu atrito entre a teologia e a ciência. Os cristãos que acreditavam plenamente na inspiração e autoridade da bíblia e acreditavam que Deus criou o mundo, dando-lhe ordem e significado, tinham um desejo natural de ver a teologia e a ciência interligadas, já que ambas derivam de Deus e apontam para ele. Em lugar disso, houve ocasiões em que se deflagraram conflitos abertos e violentos. Nas primeiras fases, a teologia discutia principalmente com ciência natural; mais tarde, as ciências do comportamento passaram a representar maior problema.


A tese tanto da “terra antiga” quanto² da “terra jovem” são opções válidas para os cristãos que creem na bíblia.

Deixo algumas considerações destas duas teorias; há alguns pontos na vida que não podemos ser dogmáticos e quando se trata de assuntos teológicos, como escatologia, angeologia e criação, por exemplo, são assuntos que não passam de especulações visto que não foram totalmente reveladas a nós, mais há, outros assuntos teológicos que gosto de ser dogmático, acerca da doutrina da soteriologia, e nesta linha adoto o ensino de Calvino.

Mas se tratando dos dias que antecederam ao diluvio, fica muito difícil cravar algum palpite permanente.

Mas se tratando dos que creem na teoria da terra antiga e da terra jovem não vai ser fácil, pois, passa muito pelo campo da especulação nos deixando duvidas em algum ponto.
Mais será que os dias da criação foram de 24 hs?

Para os que acreditam² na teoria da terra antiga, Gn 1 são “eras” extremamente longas. A vantagem evidente dessa concepção é que, se está correta a atual estimativa cientifica de uma idade de 4.5 bilhões de anos para a terra, ela se explica porque a bíblia se revela coerente com esse fato. Entre os evangélicos que defendem a tese da terra antiga, essa é uma posição comum. Essa tese é as vezes chamada “concordante”, pois busca acordo ou “concordância” entre a bíblia e as conclusões cientificas sobre a datação.

Com frequência, os que¹ sustentam que a terra é relativamente jovem questionam a validade dos métodos científicos de datação, especialmente os que usam materiais radioativos.
Faço coro com o Dr. Adauto Lourenço, que acredita nos dias literais de Gênesis. Dizer que Deus fez a criação e demorou milhões de ano, porque na medida que ia criando, não estava no formato correto, e por isso demorou tanto anos até que chegasse a perfeição como vemos hoje é limitar o poder do altíssimo, e se assim creio, então descaracterizo toda a bíblia que diz que Deus é poderoso e que tudo criou com o poder de sua palavra. Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca. (Sl 33.6) Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu. (Sl 33.9) Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente. (Hb 11.3)

Quanto a isso sou muito conservador e acredito como na maioria dos pais da igreja nos dias literais. Claro que na época dos pais da igreja muitos já não acreditavam em dias literais por causa de correntes filosóficas.

Partindo do ponto de vista do observador e neste caso Moisés, o escritor de Genesis, e logo que passa a lei para os Israelitas, ele diz que seis dias trabalharás e no sétimo dia descansarás. (Ex 23.12) Exatamente do mesmo jeito de Deus.

Creio na teoria da “terra jovem madura” e não quero ser dogmático com respeito a isto, pois o mesmo, quando o homem foi formado no sexto dia ele pôs nome nos animais e provavelmente em dia de 24 hs não daria tempo de sentir falta de uma companheira para que se formasse um casal, uma vez que estava muito ocupado. Exceto se Adão tivesse algum poder em que fizesse tudo isso em um dia, como alguns criam na antiguidade, e sobrasse tempo no dia para que sentisse falta de uma companheira.

 Considere as palavras de Charles Haddon Spurgeon em 1877:

"Irmãos, somos seriamente desafiados a deixar as crenças antigas dos nossos grandes pais por causa das supostas descobertas da ciência. O que é a ciência? O método pelo qual o homem tenta esconder a sua ignorância. Não deveria ser assim, mas é. Meus irmãos, não é suposto vocês serem dogmáticos em teologia, pois isso é perigoso; mas para os cientistas, isso é o que está correto. Nunca devereis afirmar muito fortemente as vossas convicções; mas os cientistas podem afirmar ousadamente aquilo que não podem provar, e podem exigir uma fé muito mais crédula do que alguma que tenhamos. Na verdade, é suposto que nós tomemos as nossas Bíblias e formemos e moldemos as nossas crenças de acordo com os ensinamentos, sempre em mudança, do chamado homem científico. Que loucura! Porque é que a falsamente chamada marcha da ciência através do mundo pode ser traçada por falácias desacreditadas e teorias abandonadas? Exploradores anteriores, antes adorados são agora ridicularizados; o constante abandono de hipóteses falsas é uma matéria do conhecimento geral. Podes descobrir onde é que o aprendiz está pelos destroços deixados para trás de suposições e teorias tão cheios como garrafas partidas."
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Aqueles que usam a ciência histórica (como é proposto por pessoas que ignoram a revelação escrita de Deus) para interpretar a Bíblia e para nos ensinar coisas acerca de Deus, estão a inverter a ordem das coisas. Porque somos criaturas falíveis e pecadoras, precisamos da Palavra escrita de Deus, iluminada pelo Espírito Santo, para entendermos adequadamente a história natural. 

E também do Dr. Adauto Lourenço em uma de suas palestras que disse; “A ciência deve ser questionada, quando a ciência deixa de ser questionada passa ser dogmática, sendo dogmática ela deixa de ser ciência e passa ser religião.


Em Cristo, a paz!
                                   








  ¹ Introdução à teologia sistemática de Millard J. Erickson
² Teologia sistemática de Wayne Grudem

sábado, 16 de maio de 2015

                               Promessa cumprida  


                        



Por Gilberto Ferreira Lima



13-Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; Porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro. 14- Para que a benção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, para que pela fé nós recebamos a promessa do Espirito. (Gl 3. 13, 14) Bíblia almeida corrigida e fiel

A carta aos gálatas faz muitas citações e referências a lei e a promessa. A promessa Abraâmica foi muito importante por ser feita mesmo antes da lei e diretamente por Deus, em contexto espiritual e físico, portanto, até a aliança Davídica é embutida no pacto feito a Abraão, quando Deus disse que “Reis sairão de ti”. (Gn 17.6) Neste caso um descendente se assentaria no trono de Davi (Cristo).
A promessa feita a Abraão embora cumprisse no tempo porvir tanto fisicamente e espiritualmente, em parte também se cumpriu no tempo em que ele vivia;
1)    Far-te-ei uma grande nação
2)    Abençoar-te-ei
3)    Engrandecerei o teu nome
4)    Tu serás uma benção
5)    Abençoarei os que te abençoarem
6)    Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem
7)    Em ti serão benditas todas famílias da terra
O evangelho¹ foi dado “por antecipação a Abraão”. Esse evangelho, de acordo com Gênesis 12.3, dizia que “em ti serão abençoadas todas nações” (Gl 3.8). Abraão foi “pré-evangelizado” por meio de uma palavra que Paulo rotulou claramente de “boas novas”:
Sabemos que a aliança que foi feita por exemplo a Noé, não prometia as bênçãos da vida eterna ou a comunhão ²espiritual com Deus, mas prometia apenas que a terra não mais seria destruída pelo diluvio. O sinal da aliança (o arco- íris) também é diferente no sentido de que não requer nenhuma participação ativa ou voluntaria do homem.
Os pactos com Abraão e Davi nunca serão chamadas de velha aliança no novo testamento, mais a de Moisés sim, pois, a aliança feita no monte Sinai é chamada de velha aliança (2 Co 3.14. Hb 8.6,13).

De sorte que, a antiga aliança conhecida como Mosaica (lei) serviu de aio para nos conduzir a Cristo (Gl 3.24). Contudo a aliança Mosaica em si mesma, com todas as suas leis detalhadas, ² não poderia salvar as pessoas. Não que as leis em si fossem erradas, visto que foram dadas por um Deus Santo, mas elas não possuíam o poder de dar às pessoas uma nova vida, e as pessoas não eram capazes de obedecer a elas perfeitamente: “É, porventura, a lei contraria as promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente da lei” (Gl 3.21). Paulo percebeu que o Espirito Santo operando dentro de nós pode nos dá o poder de obedecer a Deus de uma maneira que a lei Mosaica jamais poderia, pois ele declara sobre Deus: “... o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espirito; porque a letra mata, mas o Espirito vivifica” (2 Co 3.6).

A aliança feita a Abraão “em ti serão benditas todas famílias da terra” cumpriu em Jesus (nova aliança) de maneira que nós gentios somos através de cristo enxertados nesta promessa feita a Abraão.







¹ O plano da promessa de Deus. Walter C. Kaiser Jr.


² Teologia Sistemática. Wayne Grudem

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Manifestação ou avivamento?



                    

Por Gilberto Ferreira Lima




É bem verdade que a doutrina do Espirito santo, não foi muito evidenciada durante muitos séculos do cristianismo e, que começou a se evidenciar no início do século XX principalmente na rua azusa, em Los Angeles. Foi bom as pessoas começaram a estudar sobre o Espirito Santo e sua obra, mas, nem todos entenderam sua doutrina.

Claro que tem muitas pessoas bem intencionadas e que até pregam e ensinam porque viram e ouviram alguém ensinando. Mais ser bem intencionado e fazer uma exegese equivocado do texto não vai adiantar. Fica mais que claro que falta um estudo profundo da terceira pessoa da trindade e isso poucos fazem.

Este movimento que faz crescer a igreja brasileira e dizem que é um avivamento. Agora eu pergunto; Que igreja? Que avivamento? Onde tudo é espiritualizado como se fossem as pessoas mais santas deste mundo, do qual a terra não foi digna que seus pés a pisem. Romanos 12.1-2 diz; 1) Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto “racional. 2) e não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

A igreja contemporânea tem confundido avivamento com manifestação (se de fato é mesmo manifestação), espiritualizam tanto, mas, somente dentro da igreja, e fora muitos deles são caloteiros. Tamanho é o misticismo dentro da igreja se não fora a placa que os identificam as pessoas de fora achariam ser cultos a entidade demoníacas. Paulo diz que o nosso culto é racional e que o nosso sacrifício é dizer não as práticas do mundo, quando diz; Não vos conformeis com este século.

As pessoas procuram culto onde há revelação e com isso heresias tem se difundido nas igrejas pentecostais e neopentecostais, e todos em uma só voz dizendo que é avivamento. Mas que avivamento é este, quando a corrupção cresce no Brasil, quando o número de inadimplente continua a crescer, quando não querem fazer financiamento para pastores porque não pagam, quando aceitam suborno, quando votam em candidatos pensando em si próprio e não no bem comum da nação. Que cristianismo é esse? Que aceitam o homossexualismo, o aborto? Não é o Brasil constituído de mais de 90% de Cristão? Que país é este? Como posso dizer que o evangelho cresce no Brasil com tudo isto acontecendo?

O verdadeiro avivamento é mudanças de vida, é não se conformar com este século, é sacrifício vivo, é dizer não para o mundo. É quando a conduta de uma nação muda com práticas, Ética moral avançadas e isso só pode acontecer com a volta das escrituras como no tempo de Spurgeon, Whitefield, John Wesley, Jonathan Edwuards, dentre outros nomes que honraram a Deus.

Podemos definir ¹ a obra do Espirito Santo como segue: A obra do Espirito Santo consiste em manifestar a presença ativa de Deus no mundo e especial na igreja.

Se de fato houvesse conversão genuína nas igrejas brasileiras com o habitar do Espirito Santo, o país não estava mergulhado em caos. E nem as igrejas em misticismo e sincretismo. Pois, o Espirito Santo é Deus e falta zelo pela palavra. Falta sacrifício para nos desprender do que o mundo nos oferece. Avivamento começa no ensino da palavra e, é colocado em pratica no trabalho, escola, na família e no convívio com a sociedade. 
A conversão é a volta do² indivíduo para Deus. Isso consiste em um elemento positivo e outro negativo: Arrependimento, ou seja, abandonar o pecado; e fé, ou seja, aceitar as promessas e a obra de Cristo. Jesus falou especialmente do arrependimento. Ele disse: Quando ele (o consolador) vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: Do pecado porque vou para o pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. (Jo 16.8-11). Sem essa obra do Espirito Santo, não pode haver conversão.

                                                             


¹Teologia sistemática de Wayne grudem

² Introdução teologia sistemática de Millard J. Erickson

domingo, 8 de março de 2015

                     Irineu de Lyon e o gnosticismo 






Irineu de lyon


Por Gilberto Ferreira Lima



 "Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da divindade”. (Paulo de Tarso, colossenses 2.8,9).

Ireneu, nascido em Esmirna, fora¹ influenciado pela pregação de Policarpo quando este era bispo em Esmirna. Depois de um tempo foi morar na Gália, onde foi feito bispo antes de 180. Bispo missionário bem- sucedido, sua obra maior se desenvolveu no campo da literatura polêmica contra os gnósticos.

A igreja nesta época enfrentava muitos ataques de ambos os lados, mas, um grupo chamou mais atenção por suas heresias, eram os gnósticos. Havia vários mestres gnósticos e todos com pensamentos distintos, mas uma coisa em comum diziam ter recebido (gnosis) conhecimento do próprio Cristo e dos apóstolos.

De todas as diversas interpretações² do cristianismo que apareceram no século II nenhuma esteve tão perto de triunfar, como o gnosticismo. Foi um movimento que surgiu dentro e fora do cristianismo. O termo “gnosticismo” vem da palavra grega “gnosis” que quer dizer “conhecimento”.

O movimento gnóstico criam² que tudo que fosse matéria era necessariamente mau. O ser humano, segundo eles, é um espirito eterno que, de algum modo, ficou encarcerado neste corpo. Já que o corpo é o cárcere do espirito, e oculta a nossa verdadeira natureza, o corpo é mau. O propósito último dos gnósticos é, então, escapar deste corpo e deste mundo material da qual estamos exilados.

Diziam eles; já que este mundo ²foi criado por um ser espiritual, ficaram nele algumas “centelhas” ou “faíscas” do espirito. Estes elementos espirituais são os que estão encerrados dentro dos corpos humanos, e que é necessário libertar. A fim de chegar a essa libertação, é necessário que venha um mensageiro do reino espiritual. A função desse mensageiro consiste antes de tudo despertar-nos de nosso “sono”.

É necessário que alguém vem de fora para nos despertar e nos recordar quem somos e assim lutarmos contra o encarceramento do corpo. Este mensageiro então nos dará a “gnosis” que estava em oculto para nossa libertação.

No gnosticismo cristão, o mensageiro² é Cristo, e também os apóstolos, que trazem revelações que estavam em oculto. Já que Cristo era um mensageiro celestial, e já que o corpo e a matéria são maus, a maioria dos gnósticos cristãos pensavam que Cristo não podia ter tido um corpo como o nosso. Alguns diziam que seu corpo era pura aparência, uma espécie de fantasma que parecia ter corpo físico por meios milagrosos. Outros diziam que tinha corpo, mas que este corpo foi feito de uma “matéria espiritual” distinta do nosso corpo. A maioria negavam o nascimento de Jesus, pois tão nascimento o havia colocado sob o poder deste mundo material. Estas doutrina acerca do salvador recebem o nome de “docetismo” de uma palavra grega que quer dizer “aparentar”.
Ireneu começa a ficar em evidencia refutando os falsos ensinos gnosticos.

      Muito pouco se conhece sobre a vida de Ireneu.  Ele aparece pela primeira vez nos documentos antigos como o portador de uma carta dos confessores de Lyon para a Igreja de Roma (bispo Eleutério, c.174-189), na época da perseguição do ano 177.  Esta carta pedia tolerância para os montanistas da Ásia Menor.  Em uma carta pessoal preservada por Eusébio de Cesaréia (Hist. eccl. 5,20,4-8), Ireneu conta que tinha vívidas lembranças de Policarpo, o bispo de Esmirna, que fora discípulo do apóstolo João.  Isto era altamente significativo para Ireneu, uma vez que Policarpo o colocava em contato com a era apostólica.  Ireneu nasceu entre os anos 120 e 140 na Ásia Menor, provavelmente em Esmirna, onde ainda menino conheceu Policarpo, que foi martirizado aos 86 anos de idade no ano 155.

Não se sabe o dia de sua morte, mais uma coisa é certa ele contribuiu para o cristianismo, quando refutou os perigosos ensinos gnósticos.

A obra maior de Ireneu chama-se “contra as heresias” (Adversus haereses) um conjunto de cinco livros, que era também a maior obra da época. Foi achado um tratado apologético em 1904 na versão armênia e publicado pela primeira vez em 1907. Há também outros escritos que foram preservados por Eusébio de Cesaréia, mas não passam de fragmentos ou somente títulos. 

Deixo aqui um versículo de I João 4.2 que diz; Nisto conhecereis o espirito de Deus: todo espirito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;

João prossegue dizendo que quem é de Deus vence os falsos profetas e estes falsos profetas falam da parte do mundo, portanto o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espirito da verdade e o espirito do erro.
Graça e paz!




¹ O cristianismo através dos séculos (Earle E. Cairns)
² Historia ilustrada do cristianismo (Justo González)
³ Instituto Mackenzie (site) 

domingo, 25 de janeiro de 2015

                                    segurança em Deus


                                                                 Romanos 8.1

Por Gilberto Ferreira Lima



Deus não nos amou porque Jesus morreu por nós e sim nos amou primeiro a ponto de entregar seu próprio filho para morrer por nós.

Há muitas pessoas inseguras, porque ainda não sabem o efeito que a cruz causou, efeito este que só nos trouxe benefício. Através da cruz eu tenho segurança em Deus em quem sou e quem vou ser.
Jesus morreu por quem? Para nos livrar de quem? Da ira de Deus ou das garras do diabo?
Não existe esse negócio de queda de braços entre Jesus e o diabo como muitos dizem, e no fim da luta Jesus vence. E a pessoa diz; Ufa, ufa, foi por pouco.

Jesus morreu para nos livrar da ira de Deus. Ainda assim Deus foi misericordioso no AT. Jesus se fez escudo, aparou, aplacou a ira de Deus. Já estava decretado a muito tempo que o filho de Deus iria esmagar a cabeça da serpente. Tolice quando se diz que o diabo se alegrou na morte de Cristo e depois ficou furioso na ressurreição. Foi o contrário a morte foi tragada na morte de Jesus, ou seja a morte de Cristo que nos deu vitória.

O medo do diabo foi quando Jesus nasceu pois sabia que estaria perto o dia de sua condenação, e por isso ele sempre tentou retardar a vinda do messias, foi assim na morte dos inocentes (crianças) nos dias do nascimento de Jesus. Brama ele por todos lados tentando tragar a todos pois sabe que o dia da redenção final está chegando.

O cap. 7 e 8 de romanos nos dá uma segurança muito grande. Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Tem pessoas que dizem; Podem falar de mim a vontade, amaldiçoar, fazer macumba e qualquer tipo de mal, porque a bíblia diz que nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus. Mas vivem de qualquer jeito na sociedade, é desonesto, invejoso, mentiroso e irresponsável com o corpo de Cristo. Vai funcionar isso? Claro que não. O versículo prossegue...” que não andam segundo a carne e sim segundo o espirito”.
Porque o pendor (vocação) da carne dá para morte, mas do espirito, para vida e paz. (Ro 8.6) Há uma diferença grande aí.
Mas não é o que parece e você não vai viver em uma redoma de vidro. Não há condenação caso você ande segundo o espirito. Isso é segurança em Deus, é salvação.

Crente fica doente, fica velho, pega virose, bate o carro, é assaltado, é sequestrado, perde pai, mãe, filho, amigo, enfim também morre. 
Exatamente como acontece com os ímpios.
Quem anda segundo espirito são os que fazem a vontade de Deus e eles tem a garantia da morte de Cristo. Não há questionamentos e nem reclamações. Uma vez que foi o próprio filho que aplacou a ira Deus, não devemos satisfação a ninguém. Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. (Ro 8.33)
Então ele pagou nossas dividas, nossas ofensas, assassinatos, adultérios, prostituições, impurezas, mentiras, invejas, cobiças e toda sorte de pecados. Então você diz; Já que todos meus pecados estão justificados por Deus, não vou parar de pecar. Se assim pensas não és convertido.” Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos no pecado, nós os que para ele morremos?
Paulo afirma que quem morreu em Cristo não deve sair por aí pecando. Mas se pecarmos temos um advogado diante do pai, Jesus Cristo o justo. (1Jo 2.1)
Em romanos 8. 26, 27 Paulo diz que o espirito nos assiste em nossas fraqueza... e segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.

No capítulo 7 Paulo fala da lei mas especificamente sobre os dez mandamentos, quando se violava os mandamentos, era objetivo todos viam o pecado um do outro, mas o décimo mandamento diz não cobiçarás, muitos acham que esse mandamento é só falando do homem que cobiça a mulher do próximo. Êxodo 20.17 deixa bem claro que essa cobiça vai além do que muitos acham. Veja; Não cobiçarás a casa do próximo, nem seu servo, sua serva, nem seu boi, seu jumento, nem coisa alguma que pertence ao teu próximo.
Paulo percebe que esse pecado só Deus vê, porque conhece o interior. É pecado de fórum íntimo, é forense.

Os estudiosos afirmam que o homem tem de dez á onze mil pensamentos por dia. Se isso for verdade nós vamos cair em fórum íntimo diante de Deus. O homem pode dizer eu não mato, não adultero, não roubo, não falo palavrão, pode até ser, mas o que vem de dentro também vai ser julgado por Deus. Por mais que de dez mil pensamentos por dia eu peque só em três pensamentos, isso daria por semana vinte e um pecados, que daria noventa por mês e por conseguinte mil e oitenta por ano. Neste caso um homem em meio a idade faixa de cinquenta anos teria diante do tribunal de Deus cinquenta mil pecados.

Jesus conta que certo rei foi acertar contas com seus servos, e lhe trouxeram um que lhe devia dez mil talentos, mas não tendo ele com que pagar, para saldar as suas dividas o rei ordenou que fosse vendidos ele sua mulher, seus filhos e tudo que lhe pertencia para que a dívida fosse paga. Mas aquele servo pediu clemencia e disse ser paciente comigo e tudo te pagarei. O rei se compadeceu dele e perdoou a dívida e mandou lhe embora.

Mas aquele servo saindo dali encontrou um conservo seu que lhe devia cem denários e lhe sufocava dizendo; paga me o que me deves. O seu conservo caindo aos seus pés lhe rogava dizendo; se paciente comigo e tudo te pagarei. Ele não teve misericórdia e encerrou o conservo na prisão até que lhe pagasse a dívida. Vendo seus companheiros o que lhe sucedera se entristeceram e foram relatar ao rei. Então o rei lhe disse; Servo malvado perdoe aquela dívida toda porque me suplicaste, não devias tu de igual modo compadecer do seu conservo, como eu compadeci de ti? E indignando-se entregou aos verdugos, até que lhe pagasse a dívida. Assim também meu pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão. (mt 18.23-35)

O que o rei fez foi simplesmente perdoar uma dívida impagável, este credor foi justificado, mas depois de sua maldade com seu conservo o rei voltou atrás e o condenou pela sua falta de misericórdia. Contrário do que fala em romanos 8 pois, é de uma justificação que dá para vida eterna, segurança em Deus. Repare que na parábola Jesus diz reino do céus e não do céu, é no plural porque essa parábola se aplica aos nossos dias, governamental onde estamos sujeitos aos homens e a amar uns aos outros.

Paulo diz que nossa dívida está paga no sentido, podemos dizer assim no reino do céu no singular, pois o que Deus decretou o inimigo não consegue nos atingir. Quem intentará contra os eleitos de Deus? É Deus que os justifica. Quem os condenará? Se Cristo está à direita do pai e intercede por nós.

No céu não entra pecado, e o homem não vai entrar pela sua bondade, porque por mais que ele seja bom aos olhos de quem quer que seja, mas seu interior só Deus conhece. Por isso vamos entrar justificados através somente do sacrifício de Jesus o qual pagou nossas dívidas. Por isso Paulo termina o capitulo 8 dizendo; “Em todas coisas, porém, somos que mais que vencedores, por meio daqueles que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo jesus, nosso Senhor”.

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja convosco. Amém!


Nota: Dez mil talentos corresponde a 350 toneladas, então acredita-se que dez mil talentos, seja de ouro ou de prata. Se de prata o valor pode chegar a uma quantia de 120 milhões de dólares e de ouro 8,5 bilhões. Enquanto um denário era o salário de um dia de trabalho. Então o conservo precisava de três meses e dez dias para pagar a dívida. E a dívida do servo era impagável.