A lei e o evangelho
Por Gilberto Ferreira Lima
“Para a
liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos
submetais, de novo, a jugo de escravidão”.
(Gl 5.1)
Quando
conversamos ou, até mesmo pregamos que Jesus nos libertou tirando o jugo da
escravidão de sobre nós, as pessoas se escandalizam, mesmo depois de termos em
nossas mãos as cartas paulinas, principalmente Romanos e Gálatas.
Certa vez
ouvindo um dos meus professores da EBD, ele fez uma ilustração muito simples,
de como ser salvo pela graça e pela fé somente. Ele dizia que as pessoas que
não entendem a graça é semelhante a uma pessoa que convida um amigo para o
churrasco em sua casa e diz que é totalmente de “graça”, mais o amigo quando
está a caminho diz; vou comprar mais um pouco de carne, vai que a carne não dá.
E ele faz isso quando na verdade seu amigo disse que é de graça.
Infelizmente
o contexto em que vivemos é semelhante ao que Paulo encontrou na Galácia,
depois de ter pregado Cristo crucificado, agora outro evangelho estava sendo
disseminado naquela região, foi preciso escrever ao Gálatas esta linda carta
que temos hoje em dia em nossas mãos. Na caminhada eles mudaram o que tinha
aprendido achando que o evangelho da graça não era suficiente.
Depois de
tanto tempo quantas pessoas ainda não entenderam o que Paulo disse aos Gálatas
e fazem da velha aliança algo desejável para sua salvação, crendo que o guardar
o sábado vão ser salvos, colocando objetos da antiga aliança com a nova
aliança, judaizando aquilo que Paulo combateu em Gálatas, vejamos que isso não
funciona, em Hebreus 8. 13 diz: “Quando ele diz Nova, torna antiquada a
primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer”.
O versículo
3 de gálatas 5 diz: “De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar
que está obrigado a guardar toda a lei”.
O grande
problema que talvez muitos não saibam que, quem quiser cumprir toda lei para
justificação cai em um erro tremendo. “De Cristo vos desligastes, vós que
procuráveis justificar-vos na lei; da graça descaístes”. (Gl 5.4)
“Um pouco de
fermento leveda toda a massa”. (Gl 5. 9)
Foi o que
aconteceu na época de Paulo na Galácia, os da circuncisão dizendo que por fé
não era suficiente, por isso era necessário guardar a lei, este grupo levedou
muita gente “um pouco de fermento leveda toda massa”. Vivemos em épocas
diferentes, mas, o que se prega é um evangelho de que precisa de algo mais para
que as pessoas sejam salvas, com isso o evangelho pregado por muitos e neste
caso na maioria das vezes são pregados por pentecostais e neopentecostais, que tem
colocado a cruz de Cristo em último plano, tornando ineficaz e insuficiente a
morte de Cristo no calvário.
“Porque nós,
pelo Espirito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé”.
A aliança
que nasceu no monte Sinai leva e gera para escravidão, porque nasceu segundo a
carne. Mas nós somos filhos da livre, mediante a promessa que foi pré-anunciada
a Abraão.
Walter
C. Kaiser Jr. Na página 274 de seu livro “O plano da promessa de Deus” diz; o
evangelho foi dado “por antecipação a Abraão”. Esse evangelho, de acordo com
Gênesis 12.3, dizia que “em ti serão abençoadas todas as nações” (Gl 3.8).
Portanto, Abraão foi “pré-evangelizado” por meio de uma palavra que Paulo
rotulou de “boas novas”: Assim, as promessas foram feitas a Abraão e a seu
descendente [ou semente]. A escritura não diz: ‘e aos seus descendentes’, como
se falasse de muitos, mas como quem se refere a um só: ‘E a teu descendente [ou
semente]’, que é Cristo (Gl 3.16). O evangelho de Paulo, como se vê, não era em
hipótese alguma diferente daquele que Deus havia dado originalmente às pessoas
para que se salvassem no antigo testamento. Portanto, porque ele estava sendo
acusado de propor um plano de salvação deficiente? A resposta é que Paulo não
estava propondo nada que fosse novo! O plano da promessa de Deus era o mesmo
plano original que Paulo continuava a defender aqui.
Então pra
quem acha que Paulo pregava um outro evangelho eis a resposta bíblica e bem
convincente de Kaiser Jr. Não era o evangelho da circuncisão, mas era o que
Deus pré- anunciou a Abraão, por isso sou justificado, através do sacrifício de
Cristo na cruz que me libertou da letra da lei. Mas embora sou liberto dos
efeitos da lei, isso não me dá o direito de sair pecando, não devemos confundir
liberdade com libertinagem. Pra isso Cristo nos chamou para sermos santos e
irrepreensíveis diante de uma sociedade corrupta.
A lei e os
profetas duraram até João e o véu se rasgou de alto abaixo, agora sou livre
através de jesus autor e consumador da fé.