Por Gilberto Ferreira Lima
A carta aos
romanos tem um valor incomparável, não existe outra carta que nos mostre tão
claramente o plano de salvação quanto ela, claro que todas cartas tem seu valor
dentro do seu contexto histórico em determinados assuntos e todas tem seu valor
dentro do cânon da bíblia. Mas romanos nos liberta da meritocracia, nos liberta
da ignorância, do judaísmo, já libertou muita gente da depressão, do legalismo
religioso, da lei, liberta e já libertou muitos ateus de suas crenças, sim, “crenças”,
muitas vezes creem mais do que um teísta, já libertou muitos cristãos da
religião, eu posso listar alguns deles mais conhecidos que foram libertos lendo
essa carta tão preciosa; como Agostinho de Hipona no século IV que se converteu
de fato lendo romanos cap. 13. 13-14 depois de ouvir uma voz que dizia “toma e
lê”. Como Lutero (1483-1546) que abriu lhe os olhos quando leu o cap. 1. 16-17
e entendeu que a justiça de Deus se revela no evangelho de fé em fé, porque o
justo viverá pela fé. John Wesley (1703-1791) também sofreu um forte impacto
lendo os comentários de Lutero sobre Romanos e John Stott (1921-2011) que
também foi profundamente impactado depois que recebeu um convite para
apresentar uma série de exposição bíblicas baseadas em romanos.
Fundada em
753 a.C., Roma era a capital e a sede do império romano, mais é uma incógnita
não se sabe ao certo o dia de sua fundação, alguns dizem não passar de lenda,
não posso entrar neste mérito agora se não me levará a outros caminhos que não
sejam Roma, procurem estudar e vocês verão a história de gêmeos na fundação de
Roma.
O império
Romano foi um dos maiores da história durou mais de mil anos até 476 d. C. até
ser extinto.
A carta de
Romanos é quase que unânime sobre sua autoria, foi escrita por volta de 57 d.
C. ditada por Paulo e escrita por um amanuense (escriba) Tércio quando residia
em Corinto e levada a Roma pela irmã Febe membro da igreja em Cencréia, o porto
de Corinto (Rm 16.2).
Destinatário:
A igreja que estava em Roma não foi fundada por Paulo, a intenção dele era
passar por Roma e conhecer os irmãos e depois seguir viajem para Espanha, não
podemos afirmar que ele foi de fato a Espanha, por falta de evidências. John
Stott comenta o seguinte sobre isso “se ele alcançou e evangelizou a Espanha,
nós provavelmente nunca saberemos. A evidência mais próxima que temos é a
declaração feita por Clemente de Roma (em 96-97 d. C.): ‘Ao mundo inteiro ele
ensinou a justiça, e até os limites do ocidente testificou diante dos governadores’
(1 Clemente 5.7)
Provavelmente
a igreja de Roma foi fundada por Cristãos que estavam no dia de pentecostes (Atos
2.10) no derramamento do Espirito Santo, alguns afirmam que foram judeus
convertidos ao cristianismo no dia de pentecostes, pois dificilmente um gentio
iria a festa de pentecostes ao menos que ele fosse convertido ao judaísmo
(proselitismo).
Um argumento
ao meu ver fraco é dizer que a igreja de Roma foi fundada por Pedro, se fosse
por Pedro ou qualquer outro apostolo com certeza Paulo não escreveria uma carta
com teor doutrinário, além do mais o próprio Paulo dizia não pregar o evangelho
onde Cristo fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio (Rm
15.20).
Paulo
provavelmente não conhecia irmão algum em Roma, mas, temendo talvez alguma
dificuldade de entendimento por parte deles, Paulo escreve de forma retórica.
Havia de
fato muitos judeus em Roma vindo da diáspora, claro Paulo temia isso por isso
fazia a pergunta e ele mesmo respondia, temendo uma má compreensão dos judeus.
Portanto entendemos que na igreja de Roma, tanto judeus quanto gentios se
congregavam juntos (Rm 14).
O que se
sabe que no ano 49 e 50 d.C. por causa de uma confusão em Roma sobrou para os
judeus que ali residiam e o imperador Cláudio os expulsou de Roma obrigando
muitos a voltarem para seus lugares de origens. Aquila e Priscila que eram
judeus também estavam em Roma nesta época, mais tarde Paulo encontra os dois em
Corinto (Atos 18. 1-3) Então alguns comentaristas dizem que Paulo fica por
dentro do que estava acontecendo em Roma. Por causa da expulsão a igreja de
Roma é composta na sua totalidade por gentios, daí o cuidado de Paulo com o
discurso da carta aos romanos pregando um evangelho puro e simples para os
gentios, sem judaísmos, sem legalismos, um evangelho totalmente voltado para
cruz, sem nada da velha aliança e com dois sacramentos somente deixados por Cristo
na nova aliança, que é o batismo e a ceia.
Então que
possamos seguir um evangelho sem fardos (legalismo), voltado para a nova
aliança (Cristo) que é a verdade que quando a conhecemos nos liberta da
opressão da lei e nos justifica somente por fé na eficiência da cruz.
Soli deo
gloria!
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