Libertação dos cativos
Por Gilberto
Lima
18 O
Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista
aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19 e
apregoar o ano aceitável do Senhor. (Lucas 4)
Estes dois
versículos são muito mal interpretado em nossos dias onde, muito se aplica e
não explica o seu contexto. Não que seja errado fazer comparações, mas que seja
aplicado exegeticamente e emanado do texto bíblico. Não é o homem que tem este
poder de libertar, de dar vista ao cego e sim Jesus Cristo, o homem é o canal
usado pra que isso se cumpra. Lucas o médico amado relata muito bem este
cumprimento da profecia de Isaias 61.1-3, isso aconteceu logo no início do
ministério de Cristo, quando ele foi para Nazaré cidade onde fora criado, o
sistema era de sinagoga e o deram o livro do profeta Isaias e toda a
congregação tinham os olhos fitos nele, e leu “O Senhor está sobre mim, pelo
que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou me para proclamar libertação
aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os
oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” Feito isso Jesus entregou o
livro ao assistente e sentou-se, e disse “hoje se cumpriu as escrituras que
acabais de ouvir”
Lucas nos
relata que todos o admiraram e maravilharam das palavras de graça que lhe saiam
dos lábios. Não é este o filho do carpinteiro? Filho de José? De fato as
palavras todos reconheciam como verdadeira, mas quanto a crer que Jesus era o
messias era difícil por ele ser criado entre eles. Mas quando Jesus disse que
cumpriu a profecia de Isaías quando leu o livro eles o expulsaram da cidade.
Muitos anos se passaram, após este episódio, e profeta de casa ainda continua
sem credito pois, todos o conhecem e a cultura que vivemos ainda é assim,
prefere acreditar em profetas que são de fora e muitos deles sem testemunho
estão fazendo uma bagunça no evangelho, claro que não pode se generalizar existem
muitos homens de Deus que vem de fora e a igreja local é muitíssima abençoada.
Mas este ocorrido na pequena Nazaré nos serve de exemplo e quando Deus está no
negócio ninguém pode parar e o ministério de jesus foi muito produtivo em
outras cidades.
Lucas 4.18,19
nos mostra como devia ser o advento do Messias, evangelizando com a palavra,
libertando e restaurando os que estavam em prisões. O verso 19 é a chave para
entendermos melhor o que estava dizendo o verso 18. Explico agora:
Em levítico
25.8-34 nos explica melhor e nos faz entender o que Jesus queria dizer “o ano
aceitável do Senhor” que significa jubileu (50 anos) e são na verdade nos
mesmos moldes dos sete dias, ou seja devia de existir um dia pra descanso e
neste caso o Senhor santificou o sétimo dia da semana, o dia do descanso, mais
a terra também precisava de descanso e era trabalhada seis anos e o sétimo
descansava, não podia lavrar a terra ou fazer qualquer outra coisa. Mais o
jubileu acontecia depois de sete anos sabáticos, ou seja, sete vezes sete,
quarenta e nove e no quinquagésimo acontecia o jubileu onde era proclamado a
liberdade daqueles que tinham se tornado escravo por causa de dívida e também
as terras eram devolvidas aos antigos donos. Veja mais detalhada na explicação
abaixo;
Sábado –
Cada sétimo dia era um descanso solene de todo trabalho
Ano do
descanso – Cada sétimo ano era designado como um ano de libertação para
permitir que as terras fiquem sem cultivo
Ano do
jubileu – o quinquagésimo ano, que vinha após sete anos sabáticos, era para
proclamar liberdade aqueles que tinham se tornado escravos por causa de dívida
e para devolver as terras aos antigos donos
Agora com
essa explicação fica mais fácil de entender a profecia de Isaias e o
cumprimento dela em Lucas 4.18,19 em Nazaré.
O homem
perdeu sua comunhão com Deus por causa do pecado e consequentemente se tornou
escravo, antes de Cristo ter morrido as pessoas do antigo testamento vivia em
densas trevas “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na
região e sombra da morte resplandeceu lhes a luz.” Que luz era essa? Jesus o
Messias.
Então Jesus
como Messias passa a evidenciar seu ministério pregando o evangelho,
proclamando libertação aos cativos, restaurando a vista do cego, libertando os
oprimidos e assim cumprindo a profecia dos profetas. Antes havia muitas pessoas
oprimidas, enfermos espiritualmente e não havia quem as libertasse. Não existia
expulsão de demônios, havia muitos possessos mais Jesus aparece e com voz de
trovão, de poder, ele instaura seu reino e os principados e potestades do mal
se dobram diante de dele. (Cl 2.15)
O escrito de
dívida (lei) que era contra nós foi anulado através de jesus na cruz e o
evangelho das boas novas nos foi anunciado e nós que antes tínhamos nos
tornados escravos fomos resgatados, reconciliados através da cruz, esse é o ano
aceitável do Senhor, e nossa reconciliação é voltar para casa do pai. Agora
vivemos na dispensação da graça vivendo uma vida piedosa com espiritualidade,
certo que fazemos parte de um reino e que neste reino existe preceito e tudo
que fazemos nele prestaremos conta aquele que nos redimiu, que nos tirou da
lama nos transportando pra sua maravilhosa luz. Tomemos posse deste reino
gracioso que nos tirou da libertinagem e do legalismo. Que no fim nós possamos
dizer que o nosso redentor vive, está a direta do pai e ainda intercede pelo
seus escolhidos. E o que nos move a viver é saber que a nossa redenção final
está muito perto e ansiosamente a igreja espera por este grande dia!
Deus abençoe
a todos!