domingo, 25 de dezembro de 2016


     Jesus desceu as partes mais baixas da terra?



 Por Gilberto Lima


Porque o credo apostólico diz que jesus desceu ao mundo dos mortos?
 


Credo Apostólico



Creio em Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, nosso Senhor,
o qual foi concebido pelo Espírito Santo,
nasceu da virgem Maria,
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu ao mundo dos mortos,
ressuscitou no terceiro dia,
subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso,
de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém.


As regras de fé não é um uso exclusivo dos pais da igreja e nem da igreja católica, é muito mais antigo que se possa imaginar, assim como nossos princípios são baseados na conduta ética judaico cristã, os credos de muitas igrejas se baseiam neste sistema. Os judeus usavam sua regra de fé escrito em Deuteronômio 6.4-9.


É surpreendente descobrir que a frase “desceu ao inferno” não se encontrava em nenhuma das versões primitivas do credo (nas versões usadas em Roma, no resto da Itália e na África) até que ela apareceu em uma das duas versões de Rufino em 390 d. C. Depois, não foi incluída de novo em nenhuma versão do credo anterior a 650 d. C. Além disso, Rufino a única pessoa a inclui-la antes de 650 d. C., não pensava ¹que essa frase significasse que Cristo desceu ao inferno, mas que foi “sepultado”. Em outras palavras, ele entendia que a frase significava que Cristo “desceu à sepultura”. (A forma grega traz hades, que pode significar apenas “sepultura”, e não geena, “inferno, lugar de punição”.). Devemos também observar que a frase só aparece em uma das duas versões do credo que temos de Rufino, e não foi na forma romana do credo que ele preservou.


O apoio para essa ideia de que Cristo desceu ao inferno encontra-se em cinco passagens: Atos 2.27; Romanos 10.6,7; Efésios 4.8,9; I Pedro 3.18-20; I Pedro 4.6.


Então estudaremos essas passagens:


Em Atos 2.27;



No grande discurso do apostolo Pedro na revista corrigida está escrito; Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu santo veja a corrupção; Em Salmos 16,10 o salmista Davi diz; Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
Segundo Wayne Grudem a palavra inferno traduzida no novo testamento é hades mas no antigo testamento era sheol, essa interpretação não está falando que Jesus foi ao inferno após sua morte, o apostolo Pedro diz que Jesus não viu corrupção e Davi sim, por isso conclui que a interpretação do texto de Salmos 16.10 e de Atos 2.27 em momento algum fala que Jesus foi ao inferno. A NVI foi feliz ao traduzir esses textos como sepultura e não inferno, aí fica mais fácil de entender, Pedro quer dizer que o corpo de Davi foi decomposto porque ele era corruptível, já o do nosso Senhor Jesus cristo não, ele nunca pecou, seu corpo é (era) incorruptível. Por isso diz; não permitirás que o seu santo veja a corrupção. Fala se isso referindo-se a Jesus Cristo. Então essa passagem de Cristo ressuscitando do túmulo não apoia de forma convincente com a ideia que jesus desceu ao inferno.


Em Romanos 10.6,7;



Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, Isto é, para trazer a Cristo; ou: Quem descerá do abismo?, Isto é, para levantar a Cristo dentro os mortos. (ARA)
Repare que Paulo faz as duas perguntas retóricas e faz referência a Deuteronômio 30.13 e o que é interessante é o versículo que vem logo depois, seja em Deuteronômio ou Romanos. Novamente podemos ver que não tem ligação nenhuma com descer ao inferno. Esse tipo de pergunta pode haver incredulidade e Paulo logo trata desse assunto. Levantar a cristo dentre os mortos, essa passagem não tem nada a ver, até porque jesus não estava dentre os mortos, pois, quando Paulo disse isso fazia algum tempo que Jesus tinha morrido, se assim interpretar esse texto, posso dizer que meu Senhor não ressuscitou, então não há como interpretar assim como muitos dizem. Paulo estava falando de fé, nos versículos seguintes entenderemos o que o apostolo estava dizendo. Paulo estava dizendo perto ou longe, Jesus estava por perto, e com a boca confessar e no coração crer que Deus ressuscitou dentre os mortos, seriamos salvos. Novamente a passagem não está dizendo que Jesus foi ao inferno ou que está dentre os mortos, pelo contrário usa-se o verbo no passado ressuscitou.


Efésios 4.8-10;



Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas.


Na colocação de Paulo há uma implicação anterior, um oposto de subiu, desceu, passado, sendo assim a NVI explica melhor:
Por isso é que foi dito: “Quando ele subiu em triunfo às alturas, levou cativos muitos prisioneiros, e deu dons aos homens”. (Que significa “ele subiu”, senão que também havia descido às profundezas da terra?  O texto fica claro que Paulo está falando de quando Jesus desceu as regiões inferiores da terra estava dizendo de sua encarnação quando nasceu da virgem Maria, e quando subiu acima de todos os céus, isso se refere a ascensão de Jesus quando esteve aqui na terra. E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. ARA efésios 4.7 Quando Paulo diz “nós” ele está falando também dele o qual foi escolhido apostolo fora de época, sim, mas foi o próprio Senhor quem o chamou e essa passagem é tão nítida que não diz nada sobre pregar aos mortos quando desceu as partes inferiores. E o texto prossegue e ele (Jesus) concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres,. Efésios 4.11 Concluímos ainda mais que o propósito de Jesus foi de dar dons aos homens quando ele esteve de corpo presente aqui na terra e também de nos ensinar de uma forma tão maravilhosa o cristianismo. Em filipenses 2. 5-11 entendemos ainda melhor quando Jesus se humilhou, se esvaziou e assumiu a forma de servo. Isso sim é por amor a nós ir até as partes mais baixas da humilhação, deixando seu trono de glória e pregando o seu santo evangelho a vivos mortos no pecado, isso é descer as partes mais baixa da terra.


I Pedro 3.18-20;



Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão que há muito tempo desobedeceram, quando Deus esperava pacientemente nos dias de Noé, enquanto a arca era construída. Nela apenas algumas pessoas, a saber, oito, foram salvas por meio da água, (NVI)


Estes versículos são muito mal interpretados, também pudera, não é nada fácil. Mas podemos chegar a conclusões segundo o que a própria bíblia nos diz em outros textos sagrados. Então, vamos lá, se tem um texto na bíblia que parece nos levar a acreditar e muitos tem ido por esses caminhos, assim complicando toda teologia bíblica numa incoerência incrível, quando dizem que Jesus foi no inferno e pregou para os espíritos cativos e também para os crentes do antigo testamento.


Há várias interpretações no campo do cristianismo seja católica ou em outros seguimentos protestantes. Foi jesus realmente ao hades e pregou aos espíritos que estavam em prisões? O que este texto quer dizer? Isso não é novidade, sempre houve debates na história da igreja sobre este assunto. Poucos entenderam o que o texto estava dizendo, apesar do brilhantismo das mentes que debateram este assunto há muitos séculos atrás.
Passarei aqui algumas posições que sobressaíam em suas épocas, como:


Tradição católica:


 No entendimento católico é de que Cristo após sua morte foi ao limbus patrum. Na teologia católica este lugar é pra onde vão os mortos que não são salvos pela graça, mas que não podem ser classificados como pagãos ou mesmo como pecadores réprobos. Este lugar fica nas bordas do inferno e purgatório, todavia, não deve ser confundidos com eles. O limbus patrum não é um lugar de tormentos. Ao qual Cristo ²se refere no texto onde fala do rico e lazaro. O inferno é um lugar de condenação eterna, enquanto, o purgatório é temporário reservados para os cristãos veniais ou os que morreram sem a devida penitencia pelos seus pecados.
 Para a tradução católica os santos do antigo testamento esperavam a descida de Jesus ao hades para a redenção através sacrifício na cruz. Se estendendo por todo hades para manifestação da gloria de Cristo sobre o diabo e condenados e o cumprimento da esperança para os que estavam no purgatório. Essa ideia ganhou muita força no período medieval. Portanto, se essa explicação está correta, Jesus desceria somente a um compartimento do hades pregando somente aos bons e não aos ímpios.



Visão arminiana


Diferente das visões católica, luterana, anglicana e reformada, os arminianos vão além, que Cristo, afirmam eles, pregou aos mortos em geral e não somente aos bons como dizem anglicanos e católicos, esse ultimo a diferença está no purgatório.
Os arminianos afirmam que cristo pregou no hades dando oportunidade aqueles que nunca ouviram a pregação e entendem que pregou aos “espíritos em prisões” são essas pessoas. Essa ideia é equivocada do texto de I Pedro 3.18-20. A dificuldade disso tudo é que os santos do antigo testamento já havia sidos justificados (Rm 4.3 Gl. 3.6-9), o que torna desnecessária essa evangelização.    


Visão reformada


A visão reformada nas ideia de Calvino transmitidas em alguns seguimentos na Inglaterra na época do rei Eduardo VI, através dos ensinos do bispo anglicano John Hooper que assim comentou sobre cláusula da descida ao inferno do credo apostólico por volta de 1549. Que assim diz; “Eu creio que enquanto estava sobre a dita cruz, morrendo e entregando seu espirito a Deus seu pai, ele desceu ao inferno; Isso quer dizer que provou verdadeiramente e sentiu a grande aflição e peso da morte e igualmente as dores e tormentos no inferno, o que quer dizer a grande ira de Deus e o seu severo julgamento sobre si, até ter sido totalmente esquecido por Deus... Este é simplesmente meu entendimento de Cristo e sua descida ao inferno”. A tradição reformada entende assim com poucas variações em sua teologia.


Entendendo o texto de I Pedro 3.18-20


A verdade que esse texto não está dizendo que jesus foi ao inferno pregar, e isso não é afirmado em nenhuma parte das escritura, até porque se isso fosse verdade entraríamos em contradição com a própria bíblia, em Lucas 16. 26 diz; E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E também em hebreus 10.26,27 diz; Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus.


Como acabamos de ler, a bíblia não nos afirma uma segunda chance como pensam os arminianos, católicos, anglicanos e outras correntes que assim pensam. Repare que o contexto diz sobre a época do diluvio, se assim fosse os arminianos estariam entrando em contradição consigo mesmo, porque se a salvação é pra todos em geral assim como eles afirmam, não faz sentido aplicar esse texto de I Pedro 3.18-20 sendo que o texto estaria destinado somente ao um grupo de pessoas.


Fica bem claro nos versículos 14 e 16 do capitulo 3 de I Pedro que o escritor desta carta encoraja seus leitores a serem perseverantes e longânimos. Que assim como as forças eram hostis demoníacas na época da pregação pre diluviana, o apostolo encoraja seus leitores as forças hostis das pessoas que eram contrarias a pregação do evangelho e que assim como oito pessoas foram salvas no diluvio, seus leitores deveriam confiar que Jesus Cristo os redimiriam também através de sua volta.


No qual foi também e pregou aos espíritos em prisões há várias linhas de pensamento, uns dizem que esse espíritos em prisões foram os anjos que pecaram enquanto a arca era construída, e não era uma pregação e sim a sentença de condenação, mas não há respaldo bíblico para isso. Outros dizem que esses espíritos eram dos santos do antigo testamento, se eram dos santos, não haveria essa possibilidade de pregação, porque eles estavam salvos. Wayne Grudem em seu livro teologia sistemática (pagina 493) diz; a bíblia não nos dá indício claro que nos faz pensar que os crentes do antigo testamento quando morriam não tinham acesso as bênçãos de estar na presença de Deus no céu – aliás, algumas passagens dão a entender que os crentes que morreram antes da morte de Cristo entraram, na presença de Deus de imediato, porque seus pecados foram perdoados pela confiança no messias que viria (Gn 5.24; II Sm 12.23; Sl 16,11; 17, 15; 23, 6; Ec 12.7; Mt 22. 31-32; Lc 16. 22; Rm 4. 1-8; Hb 11.5).


Já os arminianos afirmam que a pregação era pra todos os que viveram antes de Jesus ter morrido, sendo assim e se essas pessoas estão no inferno em um lugar de condenação não faz sentido jesus ir lá pregar e eles não se converterem. Quem não aceitaria uma situação de escape para viver em outro lugar melhor? Não faz sentido esse argumento, se não cairemos em um universalismo, não passando de um teatro, não precisaria Cristo ter morrido para o nosso resgate, não faria sentido a bíblia falar dos escolhidos de Deus.


A explicação melhor para esse versículo está na maneira que a bíblia diz que Jesus Cristo antes mesmo da fundação do mundo foi imolado, sendo que ele foi sacrificado muito tempo depois do mundo ser criado. No antigo testamento todos sabemos que o Espirito estava sob os santos, mas ele agia mesmo que de uma forma exterior, de fora para dentro, ao contrário de hoje, de dentro para fora. Quando Noé pregava era o próprio jesus falando em sua boca, era o próprio Espirito pregando aquelas pessoas corrompidas. Um indício muito forte pra isso está em I Pedro 1.11 Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Isso prova que o Espirito de cristo falava aos profetas do antigo testamento.


I Pedro 4.5,6
Contudo, eles terão que prestar contas àquele que está pronto para julgar os vivos e os mortos.
Por isso mesmo o evangelho foi pregado também a mortos, para que eles, mesmo julgados no corpo segundo os homens, vivam pelo Espírito segundo Deus. (NVI)
Mas terão de dar contas ao juiz de todos, dos vivos e dos mortos.
Por isso as boas novas foram pregadas até mesmo aos que morreram, para que, ainda que os seus corpos tivessem recebido a sentença da morte, como toda a gente, os seus espíritos vivessem segundo o juízo de Deus. (O livro)



Duas traduções diferentes, a primeira da NVI diz foi pregado o evangelho a mortos, a segunda diz que foi pregado aos que morreram, essa última é mais aplausível inclusive mais que muitas tradições em que estamos acostumados a ver. Porque ela é mais aplausível? Porque a própria bíblia não nos dar margem nenhuma para isso, se isso fosse de fato entraríamos em contradição de Hebreus 9.27,28 que diz; Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam. Esta passagem nos mostra claramente que não há segunda chance como muitos dizem, o homem morre uma só vez e depois disso vem o juízo e do mesmo jeito Cristo foi oferecido uma única vez seu sacrifício para tirar o pecado de muitos, não de todos como ensinam os arminianos, mas para trazer salvação aos que o aguardam, portanto que se conclui que os corpos dos santos ainda estão dormindo, mas o espirito de imediato sobe a Deus, mais tarde quando o Senhor Jesus voltar o espirito se juntará com o corpo que está dormindo.


É por isso que Cristo é o mediador de um novo pacto; porque tendo morrido para libertar as pessoas da culpa dos pecados, até os cometidos sob a primeira aliança, faz agora com que todos aqueles que são chamados possam entrar na posse dos bens eternos que lhes foram prometidos. (Hebreus 9.15) Este versículo deixa claro que Cristo não foi ao inferno pregar para os da velha aliança, por isso o sacrifício valeu de uma vez por todas sem necessidade de pregar aos mortos, pois, diz; porque tendo morrido para libertar as pessoas da culpa dos pecados, até os cometidos sob a primeira aliança,... 


Respondendo à pergunta se jesus desceu ao hades para pregar, isso não é verdade. Não quer dizer que um erro antigo possa se perpetuar em nossos dias, assim como ainda existem pessoas que acreditam que jesus morreu para pagar algo ao diabo, isso é mentira, o diabo não tem que preitear nada, porque o Deus tem todo o poder no céu assim como na terra, antes, o Senhor Jesus Cristo morreu para aplacar a
 própria ira do pai, porque o pai em sua infinita santidade não suporta os nossos pecados, mas o sacrifício de Jesus nos trouxe graça e Deus assim virou o seu rosto sobre nós e nos fez filhos juntamente com seu filho.




 ¹ Wayne Grudem, teologia sistemática pagina 489

² Heber Carlos de Campos, arquivo em pdf 

sábado, 8 de outubro de 2016

Liberdade em Cristo





Por Gilberto F. Lima



Na maioria das vezes as pessoas se apegam ao que foi ensinado, e mesmo que toda verdade seja escancarada em sua frente elas não mudam de postura e querem permanecer no erro, é o famoso apego ao tradicionalismo e na maior parte existe um conservadorismo que parece ser bom, claro que devemos filtrar, porque sabemos que em alguns casos existem misticismo e até pessoas que se apegam a simpatias. Quando o conservadorismo existe praticas morais e éticas pautadas nas escrituras bíblicas devemos sempre adotar este sistema.


O que vemos em nossos dias são pessoas que dizem; “Meus pais me ensinaram assim e vou morrer assim e não mudo meus conceitos”. Isso acontece muito no catolicismo e na maioria das vezes mesmo que verdade seja escancarada em sua frente não mudará em nada. É um legalismo confessional!


Assim também vemos em grande parte do chamado grupo evangélico; “Eu aprendi assim e vou morrer assim, meus pastores, meus mestres me ensinaram assim e não mudo”.  E também, mesmo que a verdade seja escancarada e o leque aberto, mas o tradicionalismo preso no legalismo o cegaram.


Não estou fazendo apologia a libertinagem em que pode levar para o campo liberal, estou dizendo que é difícil, é bem verdade as pessoas se libertarem de seus méritos, do legalismo da religião. Pois, muito tempo se passou e as pessoas continuam a basear a fé nas obras. E a pergunta que se faz é: E Cristo onde está? O que ele fez na cruz não foi suficiente? Será mesmo que eu preciso da obra da lei para salvação? E o que mais vemos é uma incoerência muito grande na teologia de muitos crentes, porque muitas vezes se prega que a salvação é pela graça e depois o mesmo líder prega como se fosse pelas obras. Não há uma teologia sistemática, não há uma organização explanada do grande plano de salvação de Deus ao homem.


Mas o Senhor com sua maravilhosa graça usou o apostolo Paulo aos gentios enquanto os outros apóstolos foram aos da circuncisão, então ele penetra em um mundo completamente hostil, de grandes inimigos dentro e fora da religião. Mas o grupo que pregava a salvação pelas obras, que tanto atrapalhou Paulo na Galácia estavam presos no tradicionalismo milenar da lei. Como não se escandalizar no evangelho que Paulo pregava? Pura graça, somente fé. Mas Paulo não estava pregando outro evangelho, Paulo estava atribuindo o mérito de nossa salvação a Cristo através do sacrifício redentor. Quando Paulo disse que a lei se cumpre em só um preceito que é “amar o teu próximo como a ti mesmo” (Gálatas 5.14) ele estava atribuindo esse grande amor ao maior sacrifício de todos, aquele que deu sua vida por amor dos eleitos, e somente seus discípulos através de Cristo pode amar alguém como ele mesmo. E quem tem esse amor não anda na carne e sim no Espirito e se ele anda no Espirito produz frutos bons, e assim um verdadeiro crente vai vivendo perseverando na doutrina do Espirito santo.


É muito triste quando em nossa contemporaneidade apesar de ter as cartas paulinas endereçada aos gentios, principalmente Gálatas, Romanos e Efésios e ver tantas pessoas cegas presas no legalismo opressor, e quando alguém prega o evangelho da graça as pessoas se escandalizam e querem colocar algum tipo de mérito na salvação. Como negligenciar tão grande salvação (Hebreus 2.3), como rejeitar tão grande graça? Somente aqueles cujos as vistas ainda não foram abertas e somente aqueles cujos os corações foram endurecidos para que não creiam.


Bendito seja o nome de jesus, de eternidade a eternidade, pelos séculos dos séculos, que com grande amor nos tirou da escravidão e nos libertou da ira de Deus, fazendo se maldição por nós!



Soli deo gloria!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016



                 A resposta de Deus                                                           

Gilberto F. Lima


Habacuque foi um profeta do reino de Judá, cerca de 600 A.a.C. O seu contexto era praticamente o mesmo em que estamos vivendo, iniquidade...opressão...destruição...violência...contenda...litigio...a lei se afrouxa...a justiça nunca se manifesta...o perverso cerca o justo...a justiça é torcida. Com isso as pessoas que mais sofrem são as que praticam a justiça, mas também tem aquelas pessoas que se diz justas mas que são omissas, ou seja, veem o mal por todo lado e não fazem nada para promover o bem.


O profeta Habacuque vendo toda maldade e injustiça prevalecendo contra o bem, ora a Deus pedindo uma resposta, afinal esse tipo de maldade existia sempre em uma nação sem lei, mas Israel sempre teve lei, e quando o povo se desviava do livro da lei, se esquecendo da reforma que o rei Josias fizera, Israel sofria alguma punição, pois, Deus é santo e nele não habita maldade, consequentemente odeia a maldade revelada em forma de pecado aos homens.


Vivemos um contexto em que os cristãos vivem afrouxando as leis de Deus, fazendo e aceitando todo tipo de imoralidade, sempre esperamos este tipo de imoralidade do mundo, mas infelizmente isso tem entrado dentro da igreja.


Interessante que Habacuque orava e Deus não respondia, mas quando Deus respondeu não correspondeu as suas expectativas. A resposta para um judeu era a pior possível, sempre houve separação entre judeus e gentios, agora um povo que é considerado imundo segundo os costumes judaicos, vai servir de vara para castigar o povo judeu, isso era quase que inconcebível. Deus então envia um povo chamado de caldeu, mais tarde chamado de babilônicos e Judá é punido pelos seus pecados, mas quando isso acontece é sempre Deus nos corrigindo e exortando para que sejamos melhores é um jeito de tratar que o Senhor tem conosco e muitas vezes ele faz isso com pessoas mais próximas e até nossos inimigos, não entendemos os desígnios de Deus, mas ele sabe de tudo pois, é soberano.


O povo usado para punir Judá fazem as suas próprias leis, marcham contra todos, não há muros que os segurem, não há cidade fortificada que os segurem, talvez a nação que poderia segurar os caldeus fossem Judá, porque o Senhor sempre pelejou por eles, mas agora, os entregou a sua própria sorte. Triste coisa é quando Deus entrega uma nação a sua própria sorte, o homem não tem condições por si só de chegar a Deus, não há quem faça o bem, nenhum se quer (Rm.3.12). Qual é nossa missão? Nossa missão sempre foi a mesma dos profetas, exortando, corrigindo e ensinando fazendo um bom trabalho na prevenção.


Judá depois que foi punido nunca mais fizeram imagens de esculturas, tamanho foi o sofrimento que passaram nos setenta anos de cativeiro. Vivemos dias turbulentos onde a injustiça está cada vez mais presente, onde vemos a apostasia, onde vemos assassinato em massa, onde vemos pais matando filhos e filhos matando pais, parece não ter fim tanta maldade. Quando vemos líderes se corrompendo, pessoas próximas se dobrando ao sistema do mundo, chegamos a perguntar; quem está certo? Mas quando pedimos uma resposta a Deus e a sua resposta vem negativa, qual é a nossa teologia? Questionamos Deus ou dizemos que ele é soberano?
O nosso papel como cristão é consolar um ao outro, na certeza que jesus vem e que nosso reino não é aqui, em que o nosso resgate está cada vez mais próximo. Porque sabemos que caminhamos pra o fim das coisas e o mundo jaz do maligno. Mas enquanto aguardamos o resgate dos filhos de Deus não devemos ficar parados, precisamos nos levantar e resgatar o máximo de pessoas exortando e corrigindo em amor, como fizeram os grandes avivalistas George whitefild, Jonathan Edwards, Charles Spurgeon, entre outros que com suas pregações, muitos se arrependeram de seus pecados.


O que estamos fazendo? Aceitando a imoralidade?
Que possamos dizer que o nosso redentor vive e virá pra nos resgatar, que possamos consolar aqueles que de certa forma se escandalizaram com pessoas que amaram mais o mundo, do que a Deus. Que possamos bradar como Habacuque e dizer ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação.


A melhor maneira de confiar em Deus, é confiar na sua soberania, pois não podemos mudar nada e Deus sabe o que é melhor para seus escolhidos, embora não entendemos muitas vezes os seus desígnios, mais eles são bons!


Deus abençoe a todos!                                                                                                                                        












sábado, 27 de agosto de 2016

Libertação dos cativos


                                                    

Por Gilberto Lima


18 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
19 e apregoar o ano aceitável do Senhor. (Lucas 4)

Estes dois versículos são muito mal interpretado em nossos dias onde, muito se aplica e não explica o seu contexto. Não que seja errado fazer comparações, mas que seja aplicado exegeticamente e emanado do texto bíblico. Não é o homem que tem este poder de libertar, de dar vista ao cego e sim Jesus Cristo, o homem é o canal usado pra que isso se cumpra. Lucas o médico amado relata muito bem este cumprimento da profecia de Isaias 61.1-3, isso aconteceu logo no início do ministério de Cristo, quando ele foi para Nazaré cidade onde fora criado, o sistema era de sinagoga e o deram o livro do profeta Isaias e toda a congregação tinham os olhos fitos nele, e leu “O Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” Feito isso Jesus entregou o livro ao assistente e sentou-se, e disse “hoje se cumpriu as escrituras que acabais de ouvir”

Lucas nos relata que todos o admiraram e maravilharam das palavras de graça que lhe saiam dos lábios. Não é este o filho do carpinteiro? Filho de José? De fato as palavras todos reconheciam como verdadeira, mas quanto a crer que Jesus era o messias era difícil por ele ser criado entre eles. Mas quando Jesus disse que cumpriu a profecia de Isaías quando leu o livro eles o expulsaram da cidade. Muitos anos se passaram, após este episódio, e profeta de casa ainda continua sem credito pois, todos o conhecem e a cultura que vivemos ainda é assim, prefere acreditar em profetas que são de fora e muitos deles sem testemunho estão fazendo uma bagunça no evangelho, claro que não pode se generalizar existem muitos homens de Deus que vem de fora e a igreja local é muitíssima abençoada. Mas este ocorrido na pequena Nazaré nos serve de exemplo e quando Deus está no negócio ninguém pode parar e o ministério de jesus foi muito produtivo em outras cidades.
Lucas 4.18,19 nos mostra como devia ser o advento do Messias, evangelizando com a palavra, libertando e restaurando os que estavam em prisões. O verso 19 é a chave para entendermos melhor o que estava dizendo o verso 18. Explico agora:

Em levítico 25.8-34 nos explica melhor e nos faz entender o que Jesus queria dizer “o ano aceitável do Senhor” que significa jubileu (50 anos) e são na verdade nos mesmos moldes dos sete dias, ou seja devia de existir um dia pra descanso e neste caso o Senhor santificou o sétimo dia da semana, o dia do descanso, mais a terra também precisava de descanso e era trabalhada seis anos e o sétimo descansava, não podia lavrar a terra ou fazer qualquer outra coisa. Mais o jubileu acontecia depois de sete anos sabáticos, ou seja, sete vezes sete, quarenta e nove e no quinquagésimo acontecia o jubileu onde era proclamado a liberdade daqueles que tinham se tornado escravo por causa de dívida e também as terras eram devolvidas aos antigos donos. Veja mais detalhada na explicação abaixo;

Sábado – Cada sétimo dia era um descanso solene de todo trabalho

Ano do descanso – Cada sétimo ano era designado como um ano de libertação para permitir que as terras fiquem sem cultivo

Ano do jubileu – o quinquagésimo ano, que vinha após sete anos sabáticos, era para proclamar liberdade aqueles que tinham se tornado escravos por causa de dívida e para devolver as terras aos antigos donos

Agora com essa explicação fica mais fácil de entender a profecia de Isaias e o cumprimento dela em Lucas 4.18,19 em Nazaré.
O homem perdeu sua comunhão com Deus por causa do pecado e consequentemente se tornou escravo, antes de Cristo ter morrido as pessoas do antigo testamento vivia em densas trevas “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu lhes a luz.” Que luz era essa? Jesus o Messias.

Então Jesus como Messias passa a evidenciar seu ministério pregando o evangelho, proclamando libertação aos cativos, restaurando a vista do cego, libertando os oprimidos e assim cumprindo a profecia dos profetas. Antes havia muitas pessoas oprimidas, enfermos espiritualmente e não havia quem as libertasse. Não existia expulsão de demônios, havia muitos possessos mais Jesus aparece e com voz de trovão, de poder, ele instaura seu reino e os principados e potestades do mal se dobram diante de dele. (Cl 2.15)

O escrito de dívida (lei) que era contra nós foi anulado através de jesus na cruz e o evangelho das boas novas nos foi anunciado e nós que antes tínhamos nos tornados escravos fomos resgatados, reconciliados através da cruz, esse é o ano aceitável do Senhor, e nossa reconciliação é voltar para casa do pai. Agora vivemos na dispensação da graça vivendo uma vida piedosa com espiritualidade, certo que fazemos parte de um reino e que neste reino existe preceito e tudo que fazemos nele prestaremos conta aquele que nos redimiu, que nos tirou da lama nos transportando pra sua maravilhosa luz. Tomemos posse deste reino gracioso que nos tirou da libertinagem e do legalismo. Que no fim nós possamos dizer que o nosso redentor vive, está a direta do pai e ainda intercede pelo seus escolhidos. E o que nos move a viver é saber que a nossa redenção final está muito perto e ansiosamente a igreja espera por este grande dia!


Deus abençoe a todos!

domingo, 26 de junho de 2016


O verdadeiro culto a Deus




 Por Giberto F. Lima

No antigo testamento existia o tabernáculo e logo depois foi construído o templo, local onde Deus era adorado e cultuado, era motivo de orgulho para os judeus e Deus era levado a sério pelos sacerdotes e levitas, isso, refletia no povo que era compungido buscar a Deus de todo coração.


Mas nem sempre foi assim, por influência monárquica e do povo, alguns sacerdotes aceitaram subornos e deixaram de cultuar ao Deus verdadeiro, introduzindo objetos estranhos e outros deuses dentro do templo, profanando o nome do Senhor e deixando-o de fora do culto.


Quando lemos essa história ficamos tristes, porque Deus ficou de fora do próprio templo, que foi construído para o adora-lo. Quando o messias veio, uniu judeus e gentios em um só corpo, não temos um lugar especifico para adoração ao criador, Jesus disse a mulher samaritana; mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o pai em espirito em verdade; porque o pai procura a tais que assim o adorem. (João 4:23) De fato agora nós somos o templo do Espirito Santo, embora, a nossa adoração vem do coração, nós também precisamos nos reunir com os irmãos para uma adoração em comunhão e isso fazemos em uma igreja. Mas embora, isso aconteça, os nossos cultos na maioria das vezes não está baseado em uma adoração verdadeira, pois, a igreja tem deixado Deus de fora da adoração, assim como no tempo da rainha Atalia em que o culto ao Senhor se misturava com outros deuses, assim mistificando a adoração a Deus.


Friedrich Nietzsche (1844-1900) quando disse que Deus estava morto, ele não estava dizendo, que o altíssimo não existia, ele estava dizendo que as pessoas estavam matando a Deus, fazendo coisas que não o agrada, tirando o próprio Deus do culto, através do misticismo, da imoralidade, do relativismo etc..


Deus estava de fora do templo algumas vezes no AT, porque a forma de culto foi mudada. De que maneira a forma de culto foi mudada? Quando se presta um culto, ele não deve ter algo a mais, pois, isso vira misticismo. Como era conduzido a adoração no templo nestes dias obscuros? Existia adoração a Deus, mais também a Baal, com isso, acontecia um alvoroço no templo, onde, pasmem, havia até prostituição no templo. Pergunto: havia adoração por parte dos judeus? claro que não! por mais que eles pensassem que fossem, isso não era adoração. Deus é santo, nele habita toda santidade! A adoração a ele deve ser pura, sem misticismo e sincretismo. A adoração a ele deve ser com temor e tremor, com toda reverencia e respeito. Devemos ter cuidado para não misturamos coisas e objetos na forma de cultuar a Deus.


Mais será, que a nossa forma de cultuar a Deus é realmente em Espirito e em verdade? Infelizmente as pessoas estão deixando-o de fora do culto. Como assim? É fácil analisarmos, isso na igreja brasileira, onde, o culto está cada vez mais voltado a antropologia, as músicas não são pra ele, as pregações não exaltam o nome de dele e sim são adequadas para os homens, assim mudam a palavra do altíssimo com pregações sem exposição bíblica. Afirmo com toda clareza, Deus não aceita adoração quando há misticismos, afinal só temos um mediador entre nós e Deus, jesus o nosso salvador. Adoração não tem lugar especifico é em todo lugar na nossa caminhada de vida, no nosso viver na sociedade. Por isso quando nos reunimos na igreja devemos dar o nosso melhor como extensão do que fomos lá fora, não posso chegar na igreja e pedir manifestação sendo que lá fora eu não me portei como crente, como discípulo, isso é tentar a Deus, e tira-lo do culto, pois, a minha adoração é dar o meu melhor e não cultuar para que haja manifestação, que eu sinta algo, isso é chamado de culto egocêntrico, culto ao homem. Por misericórdia muitas vezes vamos cultuar a Deus e ele se manifesta em nosso favor, mais não acredito em culto em que há manifestações sem antes as pessoas viverem isto no trabalho, em casa ou no seu dia a dia.


As mensagens devem ser voltadas pra Deus, mas nem por isso deve se tapar os ouvidos do problema do homem, claro que precisamos da intervenção de Deus em meio ao turbilhão de problemas que nos atacam dia após dias. 


A igreja brasileira precisa urgentemente de Deus em seus cultos!


Deus abençoe a todos!   





sábado, 28 de maio de 2016

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Os gigantes de Gênesis 6






Por Gilberto F. Lima





Um assunto polêmico que se arrasta de séculos em séculos e parece que não será resolvido tão cedo.

Passa bem longe de mim encontrar algum tipo de argumento pra tal coisa, até porque não tenho capacidade pra isso, visto que muitos estudiosos estudaram a respeito desse assunto com pesquisas avançadas e não puderam bater o martelo.

Entendo que é um assunto polêmico e que muitos se escandalizam, mais é um assunto curioso e interessante, mas secundário. Quanto a soteriologia, escatologia (embora seja secundaria) e outras coisas concernentes a teologia, por exemplo sou firme em minhas colocações.

Mas confesso não ter uma linha a seguir quanto aos “filhos de Deus e dos homens de gênesis seis, mais também confesso que sou simpatizante da visão das raças mistas cosmologicamente (a mistura de anjos e humanos) no entanto, encontro falhas também nessa posição, mas ao meu ver é a que melhor se encaixa.

Quanto a outra posição, a visão das raças mistas religiosamente (os piedosos setitas e os mundanos cainitas[gfl1] ) que seria filhos de Sete e Caim, vejo uma falha maior, se os filhos de Sete são filhos de Deus e, de Caim filhos dos homens, não faz sentindo que deste relacionamento nasça gigantes, há não ser que o sinal que Deus colocou em Caim fosse que seus filhos fossem descendentes de gigantes, então não vejo por aí.

No livro “o plano da promessa de Deus” teologia bíblica do VT e do NT de Walter C. Kaiser Jr. O autor ver um melhor argumento na terceira posição a visão das raças mistas sociologicamente (aristocratas despóticos e formosas plebeias). A posição que ele crer de que os filhos de Deus seria os príncipes e nobres, até tem uma base boa, mas desde que não seja atribuída que deste relacionamento nasça gigantes, acho improvável que nasça gigantes só por causa por exemplo de um poder (déspotas) militar, monárquico  ou algo parecido, pois eram simplesmente humanos (embora de seres humanos comuns tenham nascido gigantes).

A outra posição que os anjos são os filhos de Deus até parece ao meu ver encontrar mais argumentos embora alguns contradizem, parece mesmo que Judas fala destes anjos no versículo 6 que diz dos anjos que não guardaram seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio (ARA). E também parece encontrar argumento forte em I Pedro 2.18-20 que fala dos espíritos em prisões os quais foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé (ARA). Ademais Pedro volta a falar de um assunto que parece ser o mesmo de I Pedro, desta vez em II Pedro 2.4-5 ele fala outra vez que Deus não poupou anjos quando pecaram...reservando-os para o juízo (ARA); o versículo 5 segue dizendo não poupou o mundo antigo, mas preservou Noé... salvando mais sete (ARA). O argumento fica ainda mais forte quando na citação da prisão dos anjos parece está muito próxima do evento da destruição do mundo pelo diluvio.

Um argumento das outras posições que alegam eles está em Mateus 22. 30 “Pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu”. A defesa deles, me atrevo a dizer com muita humildade torna se uma maior defesa para a posição da mistura de anjos e humanos, vejamos porque; repare que Mateus 22.30 não se dão em casamento (os ressurretos), mas serão como os anjos no céu. Aí que entra meu argumento no céu não há casamento entre eles, deixaram seu estado original (Judas 6) coabitaram com as filhas dos homens e fizeram abominações contra Deus e então veio a punição de Deus os encerrando em trevas aguardando o dia do juízo.

Embora seja eu simpatizante da corrente da mistura de anjos e humanos, vejo problema também desta corrente em gênesis 6, o versículo 4 dá a entender que já existia gigante na terra “ora naquele tempo havia gigantes na terra;” (ARA) o texto parece nos informar que já HAVIA gigantes no passado e parece também está separado dos filhos que tiveram este relacionamento de os “filhos de Deus e filhos dos homens”, entendo que “e também” foram valentes, varões de renome, na antiguidade está falando de gigantes embora o texto dá a entender que antes já havia também gigantes, mas não de renome.

Quando os doze espiões foram a terra de Canaã eles viram os filhos de Anaque (número 13.28). E mais tarde também aparece gigantes nos dias de Davi (I Samuel 17) e (II Samuel 21.15-22).

A dúvida é, se foram todos destruídos no diluvio por causa do pecado, porque aparecem depois? Talvez a resposta esteja em Gênesis 6.4 quando diz que “HAVIA” gigantes na terra. Ou só foram destruídos os filhos do relacionamento com anjos? A resposta pode ser encontrada que os gigantes que apareceram depois do diluvio seja no mesmo parâmetro que apareceram bem antes de os filhos de Deus e filhos dos homens se relacionar.

Estes são meus argumentos, mas estou certo que é secundário e tudo será nos revelado no grande dia que encontraremos com o Senhor Jesus Cristo.  











sábado, 23 de abril de 2016



A cultura do cristianismo Brasileiro





Por Gilberto Ferreira Lima



Enquanto o cristianismo na EUROPA e EUA está minguando no Brasil os dados do IBGE mostra que ele cresce; com um aumento espantoso nos últimos anos. Mas um cristianismo de cultura pobre, tão pobre que se não tiver um freamento vamos enfrentar o que a EUROPA e EUA estão enfrentando. Eu diria que falta “inteligência humilhada” onde os cultos são totalmente voltados ao egocentrismo e o antropocentrismo.
Quando o homem se torna objeto de culto, além de ser um ato que viola a adoração a Deus e seus princípios, abre portas para o relativismo, pragmatismo, misticismo, sincretismo e quando isso acontece, o liberalismo e o universalismo abraça a igreja, com isso a igreja morre.
Apesar desse grande problema, de uma forte heresia que rondam os púlpitos brasileiros, existe uma cultura muito forte entre os evangélicos até mesmos nos mais sinceros cristãos de separar tudo, muitas vezes isso é feito sem equilíbrio e com isso acaba perdendo uma grande oportunidade de glorificar o nome de Deus e anunciar o evangelho de uma forma espontânea, no trabalho, na escola, na universidade, etc... uma vez que a exposição do evangelho não está restrito somente dentro da igreja e nem quando entregamos alguns folhetos na rua. O próprio Jesus comia com pecadores, escandalizando a religião, mais não deixava de ser uma estratégia para glorificar o nome de Deus. Com isso podemos constatar que há uma exposição do poder do evangelho através daqueles, que o professam não importando o lugar que esteja.
A cultura do evangelicalismo brasileiro está cheia de sincretismo religioso, cheio de elementos culturais diversos, o resultado é bem visível no lado negativo, e muitos fazem na sua sinceridade, mas praticando uma ignorância por não ter acesso talvez a toda verdade por falta de uma exposição de seus líderes. Neste caso, o sincretismo aparece quase que na sua totalidade no meio pentecostal e neopentecostalismo, tudo isso vindo de filosofias e ideologias de culto afro.
Com esses ensinamentos há um abismo que separa o cristianismo da sociedade, sendo difundindo entre os próprios crentes a separação do evangelho.
Uma vez um homem de profissão de sapateiro chegou para Martinho Lutero e perguntou o que devia fazer para servir a Deus. Talvez ele não esperasse que a resposta de Lutero seria “faça um bom sapato e o venda por um preço justo”. Talvez a resposta que ele queria não fosse essa, pois, achava que servir a Deus é largar tudo pra fazer a obra. A cultura do evangelho no Brasil não ver cristianismo em fazer um bom produto e vende-lo por um preço justo e sim que a obra está no simples fato de entregar folheto, quando nós somos carta lida por todos os homens (II Co 3.2), ou ter cargo na igreja, ou que trabalhe diretamente em missões. É prestar o melhor serviço trabalhando como se fosse para o Senhor (Cl 3.17).
Mais o grande propagador do culto ao homem é a música “gospel” com suas letras voltadas as necessidades sociológicas. Com isso vemos que o centro do culto não é Deus, onde as letras não exaltam a soberania do todo poderoso, não existe inteligência humilhada e sim orgulho por parte dessas pessoas. Inteligência humilhada é reconhecer que Deus é Deus e o homem não pode nada se Deus não o concede-lo.

O conceito de inteligência humilhada é do Pr. Jonas Madureira.




sexta-feira, 25 de março de 2016

               Apologética 

                                                                       Por Gilberto Ferreira Lima



Nos séculos II e III, a igreja exprimiu¹ sua autoconsciência nascente numa forma literária nova – as obras apologéticas e dos polemistas. Justino Mártir foi o maior do primeiro grupo; Irineu, foi o grande nome do segundo. Esse homens enfrentaram um governo hostil, ao qual procuraram convencer com os argumentos de suas produções literárias. Os apologistas procuraram convencer os líderes do estado de que os cristãos nada tinham feito para merecer a perseguição que estavam sofrendo.


O cristianismo século após séculos sempre teve que se organizar pela defesa da fé, e sempre Deus levantou homens apologistas pronto pra defender o evangelho de ataques muitas vezes covardes.


Entre os séculos II e III talvez foi a época em que mais vezes foram colocados a prova. Os cristãos eram atacados de ambos lados, seja pelos pagãos assim como o estado. Falsas acusações de ateísmos, canibalismo, incesto, preguiça e práticas antissociais atribuída a eles por vizinhos e escritores pagãos.


Esse homens escrevendo como filósofos, e não como teólogos, ressaltaram o cristianismo como religião e filosofia mais antiga, uma vez que escritas como pentateuco eram anteriores as guerras de Tróia e que toda verdade que se encontrasse no pensamento grego era uma apropriação de ideias do cristianismo ou do judaísmo. Com isso prova-se que o cristianismo é a mais elevada filosofia.
Gosto como o professor Adauto Lourenço expõe seu sermões comprovando cientificamente a bíblia, assim, como no período patrístico, Justino Mártir (100-165), Taciano (c.110-c.180) e Tertuliano (c.160-225).


O tempo passou e ainda hoje os argumentos tem que ser forte e bem colocado para combater os opositores do evangelho, dentre eles o de ateísmo.
Agostinho (355-430 d.C.) usou a razão para provar a existência de Deus, e com o aumento da maldade da corrupção o cristão sempre deve estar preparado para um bom debate. Somos atacados por todos lados, mais nunca fomos tão atacado como ter que provar a existência de Deus, e se Deus existe, porque há o mal?


Neste caso a melhor maneira é estudar o debatedor, o porquê dele não crer na existência e seu questionamento do porquê há o mal.


Em alguns caso sabemos que o oponente pode questionar a Deus porque muitas das vezes ele pode tá passando por situações de sofrimento ou tragédia na família ou, alguém que sofre e Deus não faz nada. Em outros casos existe ateu que prefere não acreditar em Deus “crendo” que ele não existe para não lhe atribuir culpa. Ou seja se fato Deus existe isso não pode acontecer. Por outro lado vemos teístas que dizem que creem mas se comporta como se Deus não existisse, quando algo lhe acontece provindo de um mal, deixa a soberania de Deus de lado e até se desvia da fé.


Agostinho diz; “o mal é a ausência do bem. É como² podridão para uma árvore ou ferrugem para o ferro, corrompem coisas boas sem ter a natureza própria. Dessa maneira Agostinho respondeu ao dualismo da religião maniqueísta que afirmava que o mal era a realidade igualmente e eterna, mas oposto do bem”.


Precisamos de homens sérios compromissados com a verdade, não para convencer, pois quem convence o homem é o Espirito Santo.





¹ o cristianismo através dos séculos, Earle E. Cairns

²Enciclopedia de apologética, Norman Geisler

sexta-feira, 18 de março de 2016

                 Introdução a carta de Romanos 

Por Gilberto Ferreira Lima
                               
A carta aos romanos tem um valor incomparável, não existe outra carta que nos mostre tão claramente o plano de salvação quanto ela, claro que todas cartas tem seu valor dentro do seu contexto histórico em determinados assuntos e todas tem seu valor dentro do cânon da bíblia. Mas romanos nos liberta da meritocracia, nos liberta da ignorância, do judaísmo, já libertou muita gente da depressão, do legalismo religioso, da lei, liberta e já libertou muitos ateus de suas crenças, sim, “crenças”, muitas vezes creem mais do que um teísta, já libertou muitos cristãos da religião, eu posso listar alguns deles mais conhecidos que foram libertos lendo essa carta tão preciosa; como Agostinho de Hipona no século IV que se converteu de fato lendo romanos cap. 13. 13-14 depois de ouvir uma voz que dizia “toma e lê”. Como Lutero (1483-1546) que abriu lhe os olhos quando leu o cap. 1. 16-17 e entendeu que a justiça de Deus se revela no evangelho de fé em fé, porque o justo viverá pela fé. John Wesley (1703-1791) também sofreu um forte impacto lendo os comentários de Lutero sobre Romanos e John Stott (1921-2011) que também foi profundamente impactado depois que recebeu um convite para apresentar uma série de exposição bíblicas baseadas em romanos.
Fundada em 753 a.C., Roma era a capital e a sede do império romano, mais é uma incógnita não se sabe ao certo o dia de sua fundação, alguns dizem não passar de lenda, não posso entrar neste mérito agora se não me levará a outros caminhos que não sejam Roma, procurem estudar e vocês verão a história de gêmeos na fundação de Roma.
O império Romano foi um dos maiores da história durou mais de mil anos até 476 d. C. até ser extinto.
A carta de Romanos é quase que unânime sobre sua autoria, foi escrita por volta de 57 d. C. ditada por Paulo e escrita por um amanuense (escriba) Tércio quando residia em Corinto e levada a Roma pela irmã Febe membro da igreja em Cencréia, o porto de Corinto (Rm 16.2).
Destinatário: A igreja que estava em Roma não foi fundada por Paulo, a intenção dele era passar por Roma e conhecer os irmãos e depois seguir viajem para Espanha, não podemos afirmar que ele foi de fato a Espanha, por falta de evidências. John Stott comenta o seguinte sobre isso “se ele alcançou e evangelizou a Espanha, nós provavelmente nunca saberemos. A evidência mais próxima que temos é a declaração feita por Clemente de Roma (em 96-97 d. C.): ‘Ao mundo inteiro ele ensinou a justiça, e até os limites do ocidente testificou diante dos governadores’ (1 Clemente 5.7)
Provavelmente a igreja de Roma foi fundada por Cristãos que estavam no dia de pentecostes (Atos 2.10) no derramamento do Espirito Santo, alguns afirmam que foram judeus convertidos ao cristianismo no dia de pentecostes, pois dificilmente um gentio iria a festa de pentecostes ao menos que ele fosse convertido ao judaísmo (proselitismo).
Um argumento ao meu ver fraco é dizer que a igreja de Roma foi fundada por Pedro, se fosse por Pedro ou qualquer outro apostolo com certeza Paulo não escreveria uma carta com teor doutrinário, além do mais o próprio Paulo dizia não pregar o evangelho onde Cristo fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio (Rm 15.20).
Paulo provavelmente não conhecia irmão algum em Roma, mas, temendo talvez alguma dificuldade de entendimento por parte deles, Paulo escreve de forma retórica.
Havia de fato muitos judeus em Roma vindo da diáspora, claro Paulo temia isso por isso fazia a pergunta e ele mesmo respondia, temendo uma má compreensão dos judeus. Portanto entendemos que na igreja de Roma, tanto judeus quanto gentios se congregavam juntos (Rm 14).
O que se sabe que no ano 49 e 50 d.C. por causa de uma confusão em Roma sobrou para os judeus que ali residiam e o imperador Cláudio os expulsou de Roma obrigando muitos a voltarem para seus lugares de origens. Aquila e Priscila que eram judeus também estavam em Roma nesta época, mais tarde Paulo encontra os dois em Corinto (Atos 18. 1-3) Então alguns comentaristas dizem que Paulo fica por dentro do que estava acontecendo em Roma. Por causa da expulsão a igreja de Roma é composta na sua totalidade por gentios, daí o cuidado de Paulo com o discurso da carta aos romanos pregando um evangelho puro e simples para os gentios, sem judaísmos, sem legalismos, um evangelho totalmente voltado para cruz, sem nada da velha aliança e com dois sacramentos somente deixados por Cristo na nova aliança, que é o batismo e a ceia.
Então que possamos seguir um evangelho sem fardos (legalismo), voltado para a nova aliança (Cristo) que é a verdade que quando a conhecemos nos liberta da opressão da lei e nos justifica somente por fé na eficiência da cruz.

Soli deo gloria!