A reforma
Por Gilberto
F. Lima
Em 2017
completa 500 anos em que o corajoso monge agostiniano Martinho Lutero afixou as
95 teses nas portas do castelo winterberg. Agora estamos perto de comemorar 498
anos da reforma protestante em 31 de outubro, embora a revolta do monge seja
questionada por muitos não podemos negar que houve avanços em praticamente
tudo, em que o monopólio acabou, mesmo que em parte, é bem verdade, mas, houve
uma contribuição muito grande na área acadêmica, universidades, ciência e uma contribuição
muito grande para o capitalismo, claro em qualquer sistema tem seus exageros. Mais,
por exemplo muitos países que foram colonizados por protestante viram a
diferença, países mergulhados em prosperidade, com melhor renda, melhor expectativas
de vida e países que viraram nações estados de primeiro mundo, como por exemplo
o EUA no novo mudo. Claro talvez os ricos de posses, os burgueses e os ateus
esperassem alguém da estirpe deles que se revoltassem contra o vaticano, mais
não tiveram coragem o suficiente para encarar o vaticano, que cobrava impostos
absurdos, que tinham terras e arrendavam para que fossem lavradas por agricultores.
Nem no período em que existiu três papas (sec. XIV) eles tiveram peito para
encara-los, claro, não tiveram a coragem de enfrentar um, logo não enfrentariam
três papas, mas digo que no período em que existiram três papas, eram cobrados
impostos triplicados, além de pagar e cumprir com suas obrigações de estado que
era pagar tributos ao rei.
Mas coube a
um simples monge agostiniano essa tarefa de lutar contra a sua própria religião,
religião que ele amava, mais ele não se importava, amava sim sua religião, mas
o temor a Deus fala mais alto que a religião e quando algo está errado mesmo
que amamos nossa religião, nossa denominação, o nosso amor a Deus deve ser maior
a ponto de lutarmos pela verdade contra todo sistema que vai contra a ortodoxia
cristã.
Bem verdade,
que Lutero não queria criar outra religião e sim reformar e trazer de volta os
ensinos do novo testamento, por isso ele lutou contra todos, porque para ele só
tinha uma coisa que era infalível, a bíblia. Papa nenhum poderia tomar o lugar
de Deus, por mais que fosse bom, mais uma coisa era fato ele não era Deus e nem
o vaticano o lugar do seu trono, mas, o único que tem poder para mudar,
promulgar, está no céu, e o seu trono também está lá, onde reina de eternidade a
eternidade. Mas quando pediram que Lutero se retratasse ele disse que faria isso,
se provado pelas escrituras que ele estivesse errado, mas nada provaram e o
corajoso monge não se retratou.
Para o historiador
católico foi uma revolta contra a autoridade eclesiástica. Para o historiador
protestante foi a volta ao ensino apostólico do novo testamento. Para historiador
secular foi um movimento revolucionário.
Analisando
estas três versões de ângulo diferente eu fico com as três. A primeira
realmente foi uma revolta contra a corrupção como venda de indulgências, morte
de pessoas que se levantaram contra o sistema de monopólio, contra os abusos e
a escravidão intelectual dos chamados leigos. A segunda também é verdade,
precisava voltar ao ensino da igreja primitiva, durante muito tempo a igreja
vinha sofrendo com as heresias do paganismo dentro da igreja universal (católica).
A terceira também é verdade, houve revolução, entrada do capitalismo e a
liberdade do cativeiro babilônico quanto ao conhecimento.
A bíblia
torna-se acessível aos leigos, uma fome insaciável de vários anos de cativeiro da
intelectualidade, mas não seria fácil a imprensa estava começando por aqueles
dias e não era fácil comprar, os livros eram caríssimos.
Nesta época surgiu
os humanistas dentre eles se destacou Erasmo de Roterdam, uma busca mais
profunda pelos manuscritos originais de onde extraia uma tradução mais fidedigna.
Atualmente, o termo “humanismo” passou a significar uma cosmovisão¹ que nega a existência
de Deus, ou seja, voltada a uma perspectiva exclusivamente secular. Não era esse
o significado da época do renascimento. A maioria dos humanistas daquele período
era religiosa e preocupada com a purificação e a renovação do cristianismo, não
com sua abolição. O termo humanismo acaba sendo, na verdade, um tanto difícil de
ser definido.
Claro que Lutero
ficou feliz com bíblia nas mãos dos leigos, tanto que ele próprio a traduziu para
o alemão. Mas, com certeza não gostaria de saber que muito leigos pegaram a
bíblia que ele próprio conseguiu tirar dos mosteiros, e começaram a
comercializar como se estivessem vendendo indulgencias, mas cabe agora a nós
levantarmos contra estes vendedores de indulgencias, visto que Lutero não mais
fará isso, os grandes homens de Deus precisam se levantar como Lutero fez e
começar a fazer uma reforma dentro da igreja, se levantar no meio da
imoralidade e começar a pregar contra o pecado, contra a falsa doutrinas e
parar de pregar sermões que agrada as multidões. Que possamos nos levantar,
como John Wesley, Charles Spurgeon, Jonathan Edwards e clamar a Deus contra os
hereges em meio a essa geração corrupta.
Soli del gloria.
¹ teologia, sistemática,
histórica e filosófica. Alister E. McGrath