sábado, 24 de outubro de 2015

A reforma


             
Por Gilberto F. Lima





Em 2017 completa 500 anos em que o corajoso monge agostiniano Martinho Lutero afixou as 95 teses nas portas do castelo winterberg. Agora estamos perto de comemorar 498 anos da reforma protestante em 31 de outubro, embora a revolta do monge seja questionada por muitos não podemos negar que houve avanços em praticamente tudo, em que o monopólio acabou, mesmo que em parte, é bem verdade, mas, houve uma contribuição muito grande na área acadêmica, universidades, ciência e uma contribuição muito grande para o capitalismo, claro em qualquer sistema tem seus exageros. Mais, por exemplo muitos países que foram colonizados por protestante viram a diferença, países mergulhados em prosperidade, com melhor renda, melhor expectativas de vida e países que viraram nações estados de primeiro mundo, como por exemplo o EUA no novo mudo. Claro talvez os ricos de posses, os burgueses e os ateus esperassem alguém da estirpe deles que se revoltassem contra o vaticano, mais não tiveram coragem o suficiente para encarar o vaticano, que cobrava impostos absurdos, que tinham terras e arrendavam para que fossem lavradas por agricultores. Nem no período em que existiu três papas (sec. XIV) eles tiveram peito para encara-los, claro, não tiveram a coragem de enfrentar um, logo não enfrentariam três papas, mas digo que no período em que existiram três papas, eram cobrados impostos triplicados, além de pagar e cumprir com suas obrigações de estado que era pagar tributos ao rei.

Mas coube a um simples monge agostiniano essa tarefa de lutar contra a sua própria religião, religião que ele amava, mais ele não se importava, amava sim sua religião, mas o temor a Deus fala mais alto que a religião e quando algo está errado mesmo que amamos nossa religião, nossa denominação, o nosso amor a Deus deve ser maior a ponto de lutarmos pela verdade contra todo sistema que vai contra a ortodoxia cristã.

Bem verdade, que Lutero não queria criar outra religião e sim reformar e trazer de volta os ensinos do novo testamento, por isso ele lutou contra todos, porque para ele só tinha uma coisa que era infalível, a bíblia. Papa nenhum poderia tomar o lugar de Deus, por mais que fosse bom, mais uma coisa era fato ele não era Deus e nem o vaticano o lugar do seu trono, mas, o único que tem poder para mudar, promulgar, está no céu, e o seu trono também está lá, onde reina de eternidade a eternidade. Mas quando pediram que Lutero se retratasse ele disse que faria isso, se provado pelas escrituras que ele estivesse errado, mas nada provaram e o corajoso monge não se retratou.

Para o historiador católico foi uma revolta contra a autoridade eclesiástica. Para o historiador protestante foi a volta ao ensino apostólico do novo testamento. Para historiador secular foi um movimento revolucionário.

Analisando estas três versões de ângulo diferente eu fico com as três. A primeira realmente foi uma revolta contra a corrupção como venda de indulgências, morte de pessoas que se levantaram contra o sistema de monopólio, contra os abusos e a escravidão intelectual dos chamados leigos. A segunda também é verdade, precisava voltar ao ensino da igreja primitiva, durante muito tempo a igreja vinha sofrendo com as heresias do paganismo dentro da igreja universal (católica). A terceira também é verdade, houve revolução, entrada do capitalismo e a liberdade do cativeiro babilônico quanto ao conhecimento.

A bíblia torna-se acessível aos leigos, uma fome insaciável de vários anos de cativeiro da intelectualidade, mas não seria fácil a imprensa estava começando por aqueles dias e não era fácil comprar, os livros eram caríssimos.

Nesta época surgiu os humanistas dentre eles se destacou Erasmo de Roterdam, uma busca mais profunda pelos manuscritos originais de onde extraia uma tradução mais fidedigna. Atualmente, o termo “humanismo” passou a significar uma cosmovisão¹ que nega a existência de Deus, ou seja, voltada a uma perspectiva exclusivamente secular. Não era esse o significado da época do renascimento. A maioria dos humanistas daquele período era religiosa e preocupada com a purificação e a renovação do cristianismo, não com sua abolição. O termo humanismo acaba sendo, na verdade, um tanto difícil de ser definido.

Claro que Lutero ficou feliz com bíblia nas mãos dos leigos, tanto que ele próprio a traduziu para o alemão. Mas, com certeza não gostaria de saber que muito leigos pegaram a bíblia que ele próprio conseguiu tirar dos mosteiros, e começaram a comercializar como se estivessem vendendo indulgencias, mas cabe agora a nós levantarmos contra estes vendedores de indulgencias, visto que Lutero não mais fará isso, os grandes homens de Deus precisam se levantar como Lutero fez e começar a fazer uma reforma dentro da igreja, se levantar no meio da imoralidade e começar a pregar contra o pecado, contra a falsa doutrinas e parar de pregar sermões que agrada as multidões. Que possamos nos levantar, como John Wesley, Charles Spurgeon, Jonathan Edwards e clamar a Deus contra os hereges em meio a essa geração corrupta.




Soli del gloria.





¹ teologia, sistemática, histórica e filosófica. Alister E. McGrath


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