Chamado ao arrependimento
Por Gilberto
Lima
Os assírios pagãos
eram inimigos de Israel, era uma força dominante em cerca de 885 a 665 a. C.
Relatos do AT descrevem seus saques contra o reino de Israel e Judá, onde
destruíam zona rural e levava cativos alguns. O poder Assírio já era mais fraco
no tempo de Jonas, mais estava vivo na memória dos Israelitas a crueldade e
mortandade causada por eles. O profeta Jonas viveu na época do rei Jeroboão II (2
Reis 14.25) no início do século VIII, cerca de 793 a 753. O profeta era filho
de Amitai, um nativo de Gater-Hefer, um vilarejo situado a 5 km em direção ao
nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras tribais de Zebulom.
Jonas como
bom Israelita, nacionalista, sabendo que seu povo sofreu horrores com os
Assírios, teve dificuldade de entender o chamado de Deus, a pregação aos
inimigos de Israel. A princípio quando Deus disse que a malicia dos ninivitas
subiram até ele, e era para clamar contra aquela grande cidade, o profeta teve
medo pelo histórico de atrocidades daquela nação. Se dispôs a fugir da presença
do Senhor para Társis situada na costa sudoeste da Espanha, talvez o profeta
limitasse a grande soberania de Deus, achando que lá ficaria longe da presença
dele. Naquela época era muito comum existir deuses locais, e também sempre uma
nação aderia um deus, uma espécie de como existem em nossos dias, cada nação e
cidade tem um padroeiro. Tanto é fato que talvez o profeta achasse que
realmente poderia fugir da presença de Deus, por achar que em outro lugar Deus
não agiria. Repare que no vs. 5 do capitulo 1 cada um do navio clamava ao seu
deus. Mais o Deus de Jonas não é local, não é nacionalista, ele é Deus
de toda terra e portanto governa sobre todos, a ponto de saber o que se passa
na cabeça do inimigo e suas estratégias.
Um salvo em
Cristo pode tentar fugir de seu oficio, assim como Jonas, mas Deus, logo, o
buscará. Um salvo em Cristo pode até achar que uma nação não mereça, que um clã
não mereça, que uma família não mereça, que uma alma não mereça, do mesmo jeito
que Deus fez com Jonas ele irá fazer, com uma pessoa que tenta fugir do
chamado. Porque a salvação pertence a Deus, porque a ação do espirito santo
começa a manifestar na vida de pecadores para que se arrependam de seus
pecados, de maneira que quando a palavra começa a ser pregada vidas vão sendo
transformadas pelo poder de Deus, pessoas se arrependem no pó e nas cinzas, e
reconhecem o estado miserável em que estão vivendo.
Não adianta
fugir, você criará ocasião para que Deus possa agir de um jeito e de outro,
então a melhor maneira é obedecer o chamado. Jonas ao fugir ele só criou
momentos trágicos em sua vida, mas nada adiantou, pois, o peixe o vomitou em
uma praia. Repare que quando ele saiu de sua cidade andou cerca de 50 km até o
porto de Jope, a cidade de Nínive está localizada 1300 km ao oriente de Israel,
na margem oriental do rio tigres. O peixe fez uma grande viajem para que o
propósito de Deus fosse cumprido.
Ainda que
tivesse acontecido tudo isso, a palavra de Deus a Jonas era “clama” proclama
contra ela, claro que o profeta esperava que os ninivitas não se arrependesse,
pois, a ordem era “proclama contra ela”. A cidade era normalmente percorrida
durante três dias, mas o Profeta percorreu aquela grande cidade em apenas um
dia. Uma pregação sem amor, sem motivação, mas houve arrependimento e Deus
decididamente estava pronto a perdoar os pecados daquela cidade. Em Isaias 43.
25 o Senhor diz; Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e
dos teus pecados não me lembro. O texto de Isaias deixa claro que o
Senhor se referia a Israel, mas sua misericórdia abrange não somente os
Israelitas e sim todas nações, desde a promessa feita a Abraão que em ti serão
abençoadas todas famílias da terra. A pregação de Nínive nos remete até Paulo,
pregador aos gentios. Qual a diferença do profeta Jonas para o apostolo Paulo?
A diferença é simples de responder, Jonas não queria, Paulo amava o que fazia,
queria que os gentios fossem salvos. Paulo deu sua vida pelo evangelho e Jonas
não. Mais como um Israelita não há dúvida que ele daria sua vida pelo seu povo.
O texto
claramente nos mostra que o profeta tinha um senso de justiça, olhando por este
lado talvez tivesse razão vendo sua nação sofrendo nas mãos do inimigo. Vejamos
que quando estava no navio com supostamente fenícios, quando a sorte foi lançada
e caída sobre ele, ele mesmo se ofereceu com sacrifício para que a vida
daqueles marinheiros fossem salvas. Mostrou amor para com essas almas.
Os ninivitas
não eram uma nação que temia a Deus, talvez soubessem que Israel tinha um Deus,
o que era motivo de zombaria pelas nações vizinha, pois o Deus dos israelitas
era invisível. Mais quando ouviram a pregação de Jonas se converteram, enquanto
muitas vezes Deus se manifestava em Israel com sinais e milagres, ainda assim o
povo não criam. O que nos faz crer na existência de Deus é sua criação, a
igreja de hoje passa pelo um processo de incredulidade, precisa ver o sinal
para crer, quando isso acontece fica evidente que a igreja é nominal e não tem
a marca de Cristo.
O AT é
fascinante porque nos dar amostra de como seria a graça, de como Deus é
misericordioso, benigno e redentor. Quando um indivíduo se arrependia Deus
perdoava, por mais que seus pecados fossem os mais graves. Aqui temos relatos
de uma nação mergulhada na imoralidade, o pecado subiu até a Deus, sabemos que
em outras ocasiões quando os pecados de uma nação subiu a Deus, houve justiça,
no diluvio sobre a terra, houve pregação, mais não houve arrependimento, Sodoma
e Gomorra foi destruída por causa do pecado da imoralidade. Mais em Nínive foi
diferente houve arrependimento quando ouviram a pregação, um povo que estava
morto, sem vida, sem esperança, deu credito a palavra do pregador. A diferença
está aí, a palavra é pregada todos escutam, mais nem todos dão ouvidos, o
trabalho do Espirito Santo é levar do ouvido ao coração e quando o Espirito de
Deus atua o nosso coração é circuncidado, somos selados com o seu Espirito.
A palavra
continua sendo pregada, perto está o Senhor dos que tem um coração
quebrantado e salva os de espirito oprimido (salmos 34.18) os ouvidos
do Senhor sempre esteve atento a um coração em arrependimento. No vs 1 do
capitulo 4 vemos o quanto Jonas ficou desapontado e irado porque os ninivitas
se converteram, e ele pede sua morte e ainda se justifica porque pegou o navio
para Társis. Veja o versículo 2 do capitulo 4, E orou ao Senhor e disse: Ah!
Senhor! Não foi isso que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me
adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e
misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que te
arrependes do mal. Este versículo é maravilhoso, Jonas sabia muito bem
quem era Deus, sabia que se ele pregasse as pessoas iriam se arrepender.
Vivemos em um tempo em que o clamor subiu a Deus, imoralidade que jamais alguma
geração viu, portanto, essa geração é a pior de todas. Mas o Senhor é tardio em
irar-se, por causa de sua benignidade, mas a nossa geração não quer se
arrepender, Nínive ouviu a pregação, nossa geração não ouve, a justiça de Deus
está próxima como nos dias de Noé. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao
diluvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé
entrou na arca, e não perceberam, senão quando veio o diluvio e os levou a
todos, assim será a vinda do filho do homem. (Mateus 24.38-39) O
próprio Jesus disse isso, e também citou outra passagem a respeito de Jonas em
Mateus 12.40, Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do
grande peixe, assim o filho do homem estará três dias e três noite no coração
da terra. Essas duas citações tem uma diferença, uma se cumpriu e a
outra se cumprirá, visto que aqueles que se arrependem de seus pecados, como os
ninivitas não serão surpreendidos, mas aqueles que não se arrependeram serão
surpreendidos como no diluvio. Uma coisa é fato Deus é misericordioso, mas não
aceita imoralidade e sua justiça prevalecerá, seja para os que se arrependeram
e os que não se arrependeram.
Maranata ora
vem Senhor Jesus!
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